Stirling Moss, a eterna sombra de Fangio no Circuito de Monsanto

30/07/2017

Stirling Moss foi um dos maiores pilotos de todos os tempos e um herói para uma geração de adeptos. Mas um herói sem título. Durante uma década — entre 1951 e 1961 — competiu ao mais alto nível na primeira era dourada da F1, alcançando 16 vitórias em Grandes Prémios.

Sagrou-se vice-campeão do mundo quatro épocas consecutivas, mas nunca alcançou o desejado ceptro. Ficará para a história como o eterno vice-campeão ou como o homem que teve o azar de viver numa era dominada pelo argentino Juan Manuel Fangio.

No dia 23 de julho de 1955, Stirling Moss afinava o seu carro para disputar a Taça Governador Civil de Lisboa, prova integrada no Grande Prémio de Lisboa. Moss era já uma estrela do automobilismo e disputava o Mundial de F1 ao volante de um Mercedes. O seu contrato permitia-lhe correr por outras marcas e foi ao volante de um Porsche 550 Spyder que se apresentou em Lisboa.

O Circuito de Monsanto era um percurso de 5,440 metros desenhado no Parque de Monsanto que usava um troço da única autoestrada existente em Portugal e que viria dar origem à atual A5.

Moss era o piloto mais cotado do plantel e tinha à sua disposição uma evolução do chassis e do motor do Porsche Spyder, o que lhe permitiu dominar a prova a seu bel-prazer, batendo o português Filipe Nogueira, a quem elogiou a técnica de curvar com o pé no travão e acelerar ao mesmo tempo.

Anos mais tarde (em 1959), Moss voltaria a Monsanto, para disputar e vencer o GP de Portugal de F1, um ano depois de graciosamente ter perdido o título no GP da Boavista por causa de um gesto de cavalheirismo desportivo que o tornaria uma lenda. O seu rival pelo título, Mike Hawthorn tinha sido injustamente penalizado pelos comissários desportivos e foi o depoimento de Moss que lhe retirou a penalização devolvendo-lhe os pontos necessários para bater Moss nas contas do Mundial de F1. Naquela época, o Circuito de Monsanto tinha também nas boxes dois repórteres de valor. Os “Ases do Volante” Luiz Pacheco e Mário Cesariny, que apesar de nada perceberem de automóveis, conforme confessou em crónica Luiz Pacheco, eram destacados repórteres da revista “Volante”.

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