Subaru 360, de “morto à nascença” a desejado por colecionadores

20/02/2022

O Subaru 360 foi o primeiro automóvel de produção da marca, estando disponível de 1958 a 1971, com uma produção superior a 392 mil unidades. Era um automóvel único, de dimensões compactas e com várias qualidades como apenas 410 quilos de peso, chassis monocoque, suspensão de barras de torção nas quatro rodas, tejadilho em fibra de vidro e portas articuladas na traseira.

Foi concebido com o objectivo de ser barato e responder às exigências dos regulamentos de Kei Car, sendo também o primeiro produzido em massa segundo esses regulamentos, para se tornar no automóvel a motorizar a população japonesa após a Segunda Guerra Mundial. Estava disponível nas carroçarias berlina, carrinha, descapotável e teve ainda duas versões desportivas.

O nome do automóvel provém da cilindrada do motor que o equipa, com 356cc. Este motor é de dois cilindros em linha e tem um ciclo a dois tempos, desenvolvendo 16cv. A partir de 1964, a Subaru lançou o sistema Subarumatic, onde não havia a necessidade de fazer a mistura de óleo e gasolina, sendo feita automaticamente. Inicialmente disponível apenas com caixa manual de três velocidades, foi disponibilizada, posteriormente, uma caixa de quatro relação, assim como uma de três velocidades com Autocluch, não sendo necessário carregar na embraiagem para trocar de mudanças.

Malcolm Bricklin viu neste automóvel uma oportunidade de negócio para a população americana sem grandes possibilidades para adquirir um automóvel novo e decidiu iniciar a importação do Subaru 360 para os E.U.A, sendo que a campanha publicitária o designou de “Cheap and Ugly”, ou seja, barato e feio. Juntamente com Harvey Lamm fundaram a Subaru of America e a importação iniciou-se em 1968, com aproximadamente 10 mil exemplares vendidos nesse mercado.

Infelizmente, as vendas deste automóvel nos E.U.A não correram como o esperado, muito por culpa da avaliação da Consumer Reports em 1969, devido à falta de segurança e de performances do Subaru 360. Pois o que aconteceria se o pequeno 360 batesse contra um grande automóvel americano? Devido ao reduzido peso, o Subaru 360 não necessitou de testes de segurança para ser legal. Logo após essa notícia, as vendas colapsaram e houve concessionários que ficaram com automóveis dois ou três anos sem os vender. Pelas suas dimensões e performances, também não seria um automóvel ideal para o mercado americano, mas Bricklin achou o contrário, pois quem o adquiriria não queria saber disso.

Ainda assim, a versão americana era ligeiramente melhor que os modelos vendidos no Japão, pois dispunha do motor de 25cv e a caixa manual de quatro velocidades. E, tal como aconteceu no Ford Model T, o 360 estava disponível na América em qualquer cor, desde que fosse branco com o interior vermelho. Na época, custava 1297 dólares, cerca de 8000 euros nos dias de hoje.

No entanto, após todos estes anos, o Subaru 360 tornou-se extremamente popular entre os coleccionadores de clássicos americanos. Somente no ano passado, o valor de venda praticado mais que quadruplicou, passando dos 10.100 dólares, para os 44.300 dólares, qualquer coisa como 8.300 e 36.500 euros.

Como exemplo disso, temos um Subaru 360 Deluxe de 1970 vendido no Bring a Trailer, em Novembro de 2019, por 85 mil dólares, cerca de 70 mil euros. Em Outubro de 2020, um exemplar praticamente idêntico, de 1969, foi vendido por 50 mil dólares, cerca de 41 mil euros. Mas não é exemplo único, já que no leilão da Colecção Elkhart, da RM Sotheby’s, dois Subaru 360 foram vendidos por 30 mil dólares, cerca de 24 mil euros.

Dessa forma, o Subaru 360 fica marcado como o automóvel icónico e popular do Japão, da mesma maneira que o Volkswagen Beetle o é para a Alemanha, assim como o Citroen 2CV é para França, ou o Ford Model T para os E.U.A.

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.