Empenhada em encontrar fontes sustentáveis e de elevada qualidade que se apresentem como alternativas a muitos dos materiais utilizados atualmente na indústria automóvel, a Volvo anunciou um investimento estratégico na Bcomp, uma empresa suíça inovadora que desenvolve materiais leves de alto desempenho com base em fibras naturais.

A marca sueca tem como objetivo contar com 25% do material dos seus novos modelos constituídos por uma base biológica ou reciclada até 2025, sendo este investimento também uma parte desse esforço mais focado na sustentabilidade.

Para criar os seus materiais, a Bcomp utiliza fibras de linho, um material de base biológica que proporciona poupanças significativas em termos de peso, utilização de energia e emissões em comparação com as peças de plástico normais. O material também permite as mais variadas opções de design.

A Volvo Cars, que recentemente anunciou o abandono da pele animal nos componentes dos seus automóveis, está a explorar ativamente a utilização de compósitos de fibra natural na sua próxima geração de automóveis puramente elétricos, uma medida extensível à afiliada estratégica, Polestar.

Estes materiais, desenvolvidos pela Bcomp, estão já presentes no seu mais recente protótipo, o Concept Recharge. Os cálculos de Bcomp mostram que, quando comparados com as peças de plástico normais, os compósitos à base de fibras naturais são até 50% mais leves, utilizam até 70% menos plástico e geram até 62% menos emissões de CO2.

No interior do Concept Recharge, a Volvo Cars utilizou um composto de linho nas áreas de armazenamento inferior, na parte de trás do apoio de cabeça e no apoio para os pés. No exterior, os para-choques dianteiro e traseiro, bem como os moldes da soleira da porta consistem em compósitos de linho.

Este investimento (sem revelar o valor) é realizado através do Volvo Cars Tech Fund, o fundo de investimento da marca para start-ups e novas tendências. Recorde-se que a Volvo Cars pretende reduzir as emissões de carbono e tornar-se ambientalmente neutra até 2040. Já em 2025, a empresa pretende reduzir as emissões de CO2 do ciclo de vida por automóvel em 40% quando comparadas com 2018.