O revivalismo de modelos do passado por parte das marcas é uma realidade, e a Aprilia também tem nomes icónicos na sua história que decidiu trazer para o presente. A marca democratizou de certa forma o sonho de aventuras longínquas nas pistas dos desertos do norte de áfrica através da designação Tuareg.

Com motos que começavam nos 125 cc até aos 600 cc, nos anos 1980 o segmento trail estava no auge. Claro que para a maioria das motos, a única areia que veriam durante a sua vida seria nas idas à praia, mas não impedia que os seus donos mantivessem o sonho de um dia irem ver pessoalmente as pistas da famosa prova do Rali Paris-Dakar.

 

No papel, a fórmula para uma moto trail de aventura de média cilindrada atual é relativamente simples, e a Aprilia aplicou-a com sabedoria: um chassis tubular rígido de dupla trave, um motor leve e compacto (pesa apenas 57 kg), com uma boa resposta em baixos e médios regimes, que neste caso é o mesmo bicilindrico com 660 cc que equipa os modelos Tuono e RS 660. Na adaptação viu a potência reduzida de 100 para 80 cv, e a marca diz que 75% dos 70 Nm de binário encontram-se disponíveis logo às 3.000 rpm. Para melhorar o desempenho fora de estrada, foi ainda trocado o pinhão de ataque com 17 dentes por um com apenas 15.

 

A vantagem de uma marca lançar um modelo depois de a concorrência o ter feito é que lhe permite analisar e tomar decisões com base nas reações do público. Ao fazê-lo, a Aprilia percebeu que quem compra uma trail de aventura atual espera que a moto tenha as funcionalidades mais recentes.

a Tuareg vem dotada de um pacote de eletrónica muito completo

Como tal, a Tuareg vem dotada de um pacote de eletrónica muito completo: acelerador ride by wire, quatro modos de condução, com dois deles personalizáveis e um dedicado para condução fora de estrada. Sistema ABS de dois canais que pode ser desativado em ambas as rodas, ou apenas na de trás. O APRC, ou sistema Aprilia Performance Ride Control, que permite definir diversos parâmetros como o efeito travão-motor (com 3 níveis), bem como o nível de intervenção do ABS, do controlo de tracção, e da entrega de potência do motor que pode ser regulado em 4 níveis. Tudo isto selecionável através dos botões direcionais no punho esquerdo num interface muito intuitivo com confirmação visual no painel de instrumentos, em TFT com 5” com menus claros e fáceis de operar.

Quem opte por viajar com a Tuareg vai ficar satisfeito com a iluminação totalmente em LED, com a existência de cruise control, e suporte multimédia que permite emparelhar um smartphone e dois intercomunicadores, e gerir chamadas telefónicas e mensagens, além de reprodução de indicações GPS curva a curva.

O desempenho é irrepreensível, tanto em fora de estrada, como na sua vertente mais estradista

O seu desempenho pareceu-nos irrepreensível, tanto em fora de estrada –o seu habitat natural, como na sua vertente mais estradista, com uma ótima proteção aerodinâmica. O depósito de combustível foi colocado num nível inferior para um baixo centro de gravidade, o que juntamente com um quadro e banco estreitos proporciona ao conjunto uma agilidade ímpar. A disponibilidade do motor em baixos e médios regimes proporciona uma resposta linear e previsível às solicitações do acelerador. As suspensões com uns longos 240 mm de curso (totalmente reguláveis), comportaram-se de forma excelente fora de estrada, e inesperadamente bem em estrada. A geometria da Tuareg está tão bem conseguida que até nos esquecemos que tínhamos uma roda de 21” de diâmetro na frente. A qualidade da travagem a cargo da Brembo também não revelou falhas a apontar, com uma mordida forte, necessária em estrada, mas progressiva, como convém em fora de estrada.

Com a Tuareg, o apelo pela aventura acaba de ficar mais forte, e como diz um provérbio beduíno: “Quando se tem um destino, até o deserto se transforma numa estrada.”

Ficha técnica:
Motor: Dois cilindros em linha, refrigeração líquida, 4 tempos, DOHC, 4 válvulas
Cilindrada: 659,0 cc
Potência: 79,1 cv / 59,0 kw
Binário: 70.0 Nm (7.13 kgm) 6,500 rpm
Sistema de refrigeração: Líquida
Transmissão: Corrente
Caixa: 6 velocidades
Embraiagem: Multi disco em banho de óleo com sistema deslizante
Jante dianteira: Raios 2.15”X21”
Jante traseira: Raios 4.25”X18”
Pneu dianteiro: Tubeless 90/90-21
Pneu traseiro: Tubeless 150/70 R 18
Suspensão dianteira: Forquilha invertida Kayaba Ø43 mm totalmente regulável
Suspensão traseira: Braço oscilante de alumínio Kayaba totalmente regulável
Travão dianteiro: Duplo disco de Ø 330 mm. Pinça radial monobloco Brembo. Tubo em malha de aço
Travão traseiro: Disco de Ø 260 mm. Pinça Brembo de um pistão de Ø 34 mm. Tubo em malha de aço
ABS: 2 Canais
Preço: 12 200 euros nas cores Acid Gold, Martian Red.
Preço: 12 900 euros na cor Indaco Tagelmust, uma homenagem à Tuareg 600 Wind de 1988 que participou oficialmente do Rally Paris-Dakar.

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