KTM 1290 Super Adventure R: Uma superdesportiva disfarçada de aventureira

06/11/2017

Os engenheiros da KTM devem ter recebido um briefing em que constavam as seguintes premissas: “Têm de criar uma moto que seja a maior, a melhor e a mais potente fora de estrada. E já agora, que dê para fazer uma versão mais estradista para podermos envergonhar as superdesportivas”. Adjetivos à parte, olhando para a KTM1290R, é fácil perceber que a intenção da marca é arrasar com a concorrência. Trata-se de uma moto que nos obriga a usar o superlativo sempre que falamos dela.

Tal como um cavalo puro sangue, a 1290R intimida pelo seu tamanho, no entanto, depois de lhe fazermos “umas festas na crina”, montamos e saímos devagar, inicialmente, mas depois da fase de habituação, somos surpreendidos com a facilidade com que já vamos a “galope”. Temos de refrear para “trote” ou corremos o risco de perder pontos na carta de condução.

É incrível como uma moto com estas dimensões se comporta em estradas sinuosas, a rolar em qualquer que seja o estado do piso. Simplesmente segue em frente, inabalável, sem nunca perder a compostura. Tudo isto é fruto de uma excelente ciclística aliada às suspensões WP, que na 1290R são cem por cento ajustáveis manualmente.

Ao ligar a ignição (sem chave), o mostrador TFT com 6,5”, a lembrar um tablet, brinda-nos com a desafiante frase “ready to race”. Mote da marca em toda a sua gama, rapidamente percebemos que a afirmação não está lá por acaso. O motor LC8 com 1301cc revela uma potência com uma linearidade estonteante, logo por volta das 2500 rotações. Depois, até ao redline (às 8750 rotações) temos um crescendo impressionante. Mas quem precisa de 160cv numa moto para usar fora de estrada? “Foi exatamente o que perguntei aos tipos da equipa de desenvolvimento”, disse Joachim Sauer, diretor de marketing de produto de todo o terreno da KTM, numa entrevista para o site motorcyclistonline.com. “Chamei-lhes idiotas, mas depois andei nela e mudei de opinião”, brincou.

A nossa opinião também muda. A 1290R dissipa o receio e alguma apreensão ao disponibilizar das soluções tecnológicas mais evoluídas, que podemos encontrar numa moto. Depois tudo muda à medida que ganhamos confiança, pois temos quatro modos de controlo de tração: rain, street e sport, para uma entrega de potência à medida das condições das estradas, e ainda offroad para usar fora de estrada. A travagem é irrepreensível com um “cérebro” da Bosh de última geração, a controlar o ABS, que atua também em curva, tem um tato excecional nos Brembo que “mordem” dois discos na frente e um atrás. No capitulo das novidades, temos ainda as luzes, que são totalmente em led, com função “cornering”, e os piscas desfazem automaticamente.

Na breve incursão que fizemos fora de estrada ficámos impressionados com a facilidade com que se consegue “brincar” um pouco com a KTM 1290R. Já na estrada, não é difícil envergonhar motos de cariz mais desportivo enquanto vemos quem nos está a ligar no ecrã TFT, graças à conexão wireless com o telemóvel, que fica guardado num compartimento estanque. Com todos os seus atributos esta super aventureira lança um desafio claro à concorrência: “I’m ready to race”. E vocês?

O capacete usado neste ensaio foi um Nexx X.D1 Canyon.

Mais: motor, potência, sofisticação, prazer de condução, quantidade de informação disponível no TFT, controlos retro iluminados

Menos: calor gerado pelo motor

Ficha técnica:
Motor: LC8 bicilindrico em V com 1301cc
Potência: 158,2cv
Caixa de 6 velocidades
Suspensão frente: forquilha de 48mm invertida WP totalmente ajustável com 220mm de curso
Suspensão traseira: amortecedor WP totalmente ajustável com 220mm de curso
Travões: frente Brembo com dois discos de 320mm com pinça radial de quatro pistões atrás um disco de 267mm com pinça de dois pistões, e ABS Bosh de última geração
Depósito de combustível com capacidade de 23 litros
Altura do assento: 860mm
Peso: 217kg

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