É o regresso de mais um nome histórico ao mercado nacional das duas rodas. A Royal Enfield, marca cujas raízes datam de 1909 (embora a primeira moto tenha sido produzida oito anos antes), chegou a Portugal, tendo inaugurado a sua primeira ‘Concept Store’ na região de Lisboa, caracterizando-se por ser um espaço em que a paixão pelas motos é colocada em primeiro lugar.

Com um longo historial e muitas alterações na sua estrutura – nascida no Reino Unido, a Royal Enfield tem hoje a sua sede e fabricação integral na Índia -, a Royal Enfield procura regressar a um patamar de destaque no mercado de motos, tendo como objetivo a oferta de um espírito diferenciado face a outras marcas.

Mais do que apelar a um tipo de cliente que procura prestações ou performances puras, as criações da Royal Enfield são catalogadas como motos que apelam a quem quer “desfrutar da viagem, do motociclismo no seu estado puro, com tranquilidade e com riscos limitados”, conforme vincou Joaquín Cuñat, chefe de vendas da Motorien, S.L.U., importadora da Royal Enfiel para Espanha e Portugal.

Esta é apenas mais uma etapa do plano estratégico de expansão da companhia, que conta na Península Ibérica com cinco espaços de venda e de “estilo de vida”, sendo o recém-inaugurado em Massamá, nos arredores de Lisboa, o primeiro em Portugal (há pontos semelhantes em Madrid, Barcelona, Valência e Palma de Maiorca).

A chegada ao Porto está também planeada, mas apenas em 2018, sendo que o foco nesta fase é implantar de novo a marca de raiz em Portugal, país em que o mercado “é cerca de um quarto do que é o espanhol”, sendo assim mais difícil de expandir face à grande concorrência que hoje existe. Ainda assim, Cuñat espera chegar ao final do ano com cerca de 60 motos matriculadas, apontando a chegada da futura Himalayan como ‘chave’ para abrir novas portas em termos comerciais, sendo apresentada como uma moto de trial “leve e ágil, que pode ser conduzida sem cansar e que é robusta”. Com a necessidade de passar as motorizações para o cumprimento das normas de poluição Euro 4, a chegada da Himalayan foi adiada para setembro.

Raízes cuidadas

Se a aceitação da Royal Enfield tem sido boa noutros países – os principais mercados são França, Reino Unido e Espanha (aqui com vendas de 450 unidades/ano, mas com expectativa de chegar às 1.000 no final deste ano) -, Cuñat enfatiza que “a Royal Enfield é a marca de motos com maior crescimento a nível mundial, havendo a previsão de chegar ao final do ano com 650.000 motos produzidas”. A maior parte, contudo, está centrada no mercado doméstico, onde o sucesso da companhia é bem visível: 95% da produção é orientada para a Índia e apenas 5% para os restantes mercados.

Ainda que a sua produção e conceção seja totalmente indiana, a Himalayan poderá servir como uma boa ferramenta de implementação na Europa, mas para 2018 está prevista a chegada de uma nova bicilíndrica com conceção britânica e muito mais orientada para a Europa. A este respeito, existe uma equipa de engenheiros sediada no Reino Unido e que trabalha em conjunto com a sede para que não se perca o espírito das Royal Enfield. Esse aspeto é destacado por Cuñat, que recorda o facto de o CEO da companhia, Siddharta Lal, se ter mudado para Inglaterra durante dois anos “para absorver a cultura local” da marca.

Além disso, outro aspeto muito destacado nesta apresentação foi o da produção com elevado cuidado artesanal, que torna as motos únicas. De resto, sendo o espaço de Massamá pensado como um local para quem gosta mesmo de motos, existe ainda um vasto leque de material da Royal Enfield e de moda – casual e de motociclista – com o espírito da companhia, desde t-shirts a casacos.

“Esta loja é fundamental e faz parte da nossa responsabilidade com a marca enquanto importadores para Portugal e Espanha. Respeita aquilo que é a Royal Enfield: não é só uma marca de motos, mas sim um espaço para discutir e falar de motos. Quanto às motos, é um conceito diferente. Não tens tanto risco e podes desfrutar da viagem, fazendo parte de uma marca com tanta história. É um estilo de vida muito forte e com o qual podes até trazer outra pessoa porque não é tão arriscada”, resumiu Cuñat.

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