O seu design foi executado por Hans Muth, ex-diretor do departamento de styling da BMW, contratado para dar forma ao novo projeto, por isso, não é assim tão estranho encontrar algumas referências da BMW K100 RS, como o farol quadrado e a carenagem em bico. A história repete-se e o atual modelo volta a ser desenhado por alguém de fora, neste caso o italiano Rodolfo Frascoli, um designer com muita experiência no mundo das motos, responsável pelo design de modelos como a Moto Guzzi Griso, a Vespa Granturismo ou, mais recentemente, a Moto Morini Corsaro 1200 ZZ ou a Bajaj Dominar 400.
Tal como a original, a nova Katana tem por base uma GS já existente, ou “gixxer” como lhe chamam os ingleses, a GSX-S 1000
Tal como a original, a nova Katana tem por base uma GS já existente, ou “gixxer” como lhe chamam os ingleses, a GSX-S 1000. Partilham o mesmo chassis e ambas usam uma versão mais “domesticada” do quatro cilindros em linha da lendária GSX-R1000 K5, que existiu entre 2005 e 2008, e produz agora uns simpáticos 148 cv de potência. Parece bastante e é, mas os motociclistas com menos experiência não precisam de ficar intimidados, pois a nova Katana está equipada com o sistema “Low RPM Assist”. Sem darmos por ele, ajuda a manter a rotação no arranque e durante as manobras, pelo que é quase impossível deixar a moto ir a baixo. Já em andamento, a potência é entregue suavemente à medida que rodamos o acelerador. No entanto, contamos com a ajuda do controlo de tração com três níveis de intervenção que podem ser ajustados sem ser necessário parar, a caixa de velocidades é suave e as mudanças entram com precisão.
A posição de condução é bastante confortável, a pender para o relaxada, mas permite termos uma atitude desportiva quando queremos e sem dar cabo das costas. O guiador largo, mais curto do que na maioria das motos “naked”, está à distância certa para a maioria dos condutores. O banco é confortável e estreito, o que proporciona um encaixe perfeito e a sua distância ao solo não causa dificuldades na hora de colocar os pés no chão. Até o pequeno lugar destinado ao pendura aparenta ser capaz de proporcionar algum conforto.
Já as estradas com curvas, a tirarem partido da rotação em 3.ª velocidade, parecem ser o “habitat” natural para a Suzuki que mantém a trajetória escolhida com precisão
A reduzida carenagem frontal deflete o ar da zona do peito, ao desviá-lo para a zona da cabeça obrigando a ajustes na posição para que passe por cima do capacete. Por esse motivo não apetece muito fazer auto-estrada com a Katana. Já as estradas com curvas, a tirarem partido da rotação em 3.ª velocidade, parecem ser o “habitat” natural para a Suzuki que mantém a trajetória escolhida com precisão.
O quadro muito leve, as suspensões com uma forquilha totalmente ajustável e um amortecedor com ajuste de pré-carga e recuperação ambos KYB, são os grandes responsáveis pela agilidade da Katana. Na hora de parar, a única ajuda eletrónica está a cargo do sistema ABS da Bosch e os travões cumprem com a tarefa exigida, embora o travão da frente, com pinças Brembo montadas radialmente, tivesse uma mordida inicial pouco incisiva.
O quadro muito leve, as suspensões com uma forquilha totalmente ajustável e um amortecedor com ajuste de pré-carga e recuperação ambos KYB, são os grandes responsáveis pela agilidade da Katana
Com o comportamento entusiasmante da Katana é fácil darmos por nós a rolar a ritmos elevados e os consumos refletem isso: verificámos uma média um pouco acima dos 6 litros aos 100 quilómetros, o que significa que com o depósito de 12 litros, a autonomia andará perto dos 200 quilómetros. A Suzuki Katana não será a moto certa para os “geeks” que gostam de passar mais tempo a mexer nas afinações eletrónicas do que a andar nas suas motos: não há acelerador “ride by wire”, nem mapas de motor ou quickshifter, e até o ecrã é um LCD, quando a concorrência vem equipada com vistosos TFT. Apenas a iluminação, totalmente em LED, contraria o resto da tecnologia existente nesta Suzuki. No entanto, para todos aqueles que procuram uma moto que transmita confiança, permita evoluir e que seja simples, mas carismática, com uma estética familiar a evocar uma espécie de regresso ao passado, a nova Suzuki Katana é sem dúvida a moto acertada.
Ficha técnica
Motor e transmissão:
Tipo: Quatro cilindros em linha, 4T
Distribuição: Duas árvores de cames à cabeça, 4 válvulas por cilindro
Potência máxima: 150 cv/10 000 rpm
Binário máximo: 108 Nm/ 9500 rpm
Alimentação: Injeção Eletrónica
Transmissão Final: Por corrente
Caixa de velocidades: Seis velocidades
Ciclística:
Quadro: Dupla trave em alumínio
Suspensão dianteira: Forquilha telescópica KYB, Ø43 mm, curso 120 mm, totalmente ajustável
Suspensão traseira: Sistema monoamortecedor, curso n.d., ajustável em recuperação e pré-cara
Travão dianteiro: Dois discos de Ø310 mm, pinça Brembo de 4 êmbolos, ABS
Travão traseiro: Disco de Øn.d, pinça Brembo de 2 êmbolos, ABS
Pneu Dianteiro: 120/70 x 17
Pneu Traseiro: 190/50 x 17
Peso e dimensões:
Altura do assento: 825 mm
Capacidade do depósito: 12 litros
Peso a seco: 215 kg
Cores: Preto ou cinza
Garantia: 2 anos
Importador: Moteo Portugal, SA
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