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“A eletrificação é escolha dos políticos, não da indústria”, alerta Carlos Tavares

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CEO da Stellantis defende fórmulas mais rápidas e económicas do que a eletrificação total para reduzir a pegada de carbono.

Foi exatamente há ano que os Grupos PSA (Peugeot S.A.) e FCA (Fiat Chrysler Automobiles) se juntaram para dar origem à Stellantis, o quarto maior grupo automóvel do mundo. Carlos Tavares reuniu com a imprensa para fazer o rescaldo dos primeiros doze meses de atividade e, quando faltam menos de dois para a apresentação da estratégia de longo prazo do consórcio (revelação a 1 de março), voltou a apontar falhas à estratégia da Comissão Europeia para a eletrificação.

O CEO da Stellantis colocou novamente em causa os planos de abandonar totalmente os motores de combustão interna, afirmando que “é claro que a eletrificação é uma tecnologia escolhida pelos políticos, e não pela indústria”, defendendo inclusivamente que há formas mais rápidas e económicas de alcançar a desejada redução de emissões.

Híbridos para reduzir a pegada de carbono

Carlos Tavares não tem dúvidas em apontar a importância das tecnologias híbridas para o futuro da indústria. “Tendo em conta as fontes de energia usadas na Europa, um carro elétrico precisa de percorrer 70 mil quilómetros para compensar a «pegada de carbono» resultante da produção da bateria, e só a partir daí começa a equiparar-se a um híbrido, que custa metade do preço de um elétrico”.

O português que lidera o grupo empresarial que integra as marcas Peugeot, Citroën, DS Automobiles, Opel Fiat, Alfa Romeo ou Jeep reconhece que “que o mundo exige um novo tipo de espírito, proporcionando uma mobilidade limpa, conectada, acessível e segura para todos”, mas considera que a proibição de modelos com motor de combustão interna na Europa, até 2035, “é precipitada e obriga a que os fabricantes tenham de transformar rapidamente as suas fábricas e linhas de produção”. E avisa: “essa mudança repentina irá criar riscos sociais”.