“A forma como nos deslocamos não é inteligente”, observa secretário de Estado

13/05/2023

Apostar nos transportes públicos e “evitar viagens que são desnecessárias” quando for possível “fazer as coisas à distância” são formas de resolver alguns dos problemas da mobilidade nas cidades, diz governante.

 

Na 7ª edição do Fórum Nissan da Mobilidade Inteligente, que teve lugar em Lisboa, Jorge Delgado, Secretário de Estado para a Mobilidade Urbana, deixou claro que “a forma como nos deslocamos não é inteligente”, isto num contexto em que estamos perto do ponto de não retorno no aquecimento global e sabemos que 25% das emissões são da responsabilidade dos transportes.

O governante, que chegou para o evento num elétrico Leaf, realçou que o facto de mais de 70% do petróleo mundial ser utilizado no setor dos transportes, torna esta equação “insustentável do ponto de vista ambiental e económico”.

Jorge Delgado lembrou ainda que os congestionamentos de trânsito na Europa têm um custo anual de 100 mil milhões de euros por ano, representando mais de 1% do PIB europeu.

Para o secretário de Estado, “temos de resolver estes problemas” e uma das formas é “evitar viagens que são desnecessárias” quando for possível “fazer as coisas à distância”.

“A organização das cidades tem de mudar”, considera Jorge Delgado para quem a mudança passa por abandonar um modelo que é também “desumanizante” e apostar no modelo da cidade dos 15 minutos para que em vez de nos deslocarmos todos para os mesmos locais quando precisamos de algo, tenhamos aquilo de que precisamos mais perto, evitando, assim, deslocações.

“O automóvel individual continuará a ser necessário, mas usamo-lo em demasiado. O transporte público tem de ser a espinha-dorsal da mobilidade”, aponta o membro do governo presente no Forum Nissan da Mobilidade Inteligente.

Para tal, “temos de lhe conferir regularidade e qualidade e garantir que os seus utilizadores vão chegar a horas aos seus compromissos. E apostar nos transportes públicos permitirá também” melhorar a fluidez “do transporte individual”.

Jorge Delgado defendeu ainda, no espírito de um novo modelo de cidade, as formas de mobilidade ativa e partilhada que permitem, igualmente, melhorar a qualidade de todo o sistema de transportes das cidades.