Líder da Brisa desafiou o governo a reforçar aposta na transição energética através do reforço de “incentivos” que promovam a aquisição de veículos elétricos. A empresa, diz, está disponível para ajudar ainda as cidades no caminho rumo à neutralidade carbónica.

Reconhecendo o papel central da mobilidade para o “desenvolvimento económico” e para a criação de riqueza, António Pires de Lima defende que o caminho para a neutralidade carbónica não pode passar por obrigar “as pessoas a ficar em casa”. “O futuro passa por acelerar a transição elétrica dos modos de mobilidade”, afirmou durante a sessão de abertura do Portugal Mobi Summit 2022, que decorre até quinta-feira na NOVA SBE, em Carcavelos.

“A mobilidade transporte em si um desafio grande do ponto de vista da sustentabilidade”, apontou. Aumentar o ritmo de adoção de novas formas de transporte, com menos emissões de gases com efeito de estufa, passa pela criação de infraestruturas de apoio. “Na Brisa estamos à frente neste caminho”, disse, recordando o investimento da empresa durante a pandemia nas autoestradas que gere em Portugal. “A Brisa é a única rede de estradas nacional, e é uma empresa privada, que permite a quem detém um carro elétrico fazer a viagem do Minho ao Algarve sem qualquer tipo de ansiedade elétrica e parando o seu automóvel, se assim quiser, de 100 em 100 quilómetros para carregar o seu automóvel”, exemplificou.

Em causa está a dotação das áreas de serviço, num “projeto que é pioneiro a nível europeu”, de supercarregadores elétricos que, “em dez ou quinze minutos”, permitam ‘encher’ o depósito dos veículos eletrificados. Porém, avisa que “sozinhos não conseguimos assegurar que esta transição energética se dá de forma rápida”. Desafia, por isso, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, a reforçar os “incentivos” à aquisição de automóveis elétricos e a seguir o exemplo da Noruega ou dos Países Baixos. Nestes países, os veículos sem emissões não pagam “imposto de circulação”, têm acesso “às linhas de BUS para poder conduzir mais rápido”, acesso a “espaços especiais nos parques públicos” e, por isso, “a transição é muito mais rápida”. “Creio que este é um desafio que valia a pena agarrar, senhor ministro”, sublinhou.

Aos autarcas de Lisboa e Cascais, presentes no evento, apelou ainda que “utilizem os recursos da Brisa”, nomeadamente o sistema de ViaVerde “para que a utilização dos vossos transportes públicos e da micromobilidade esteja à distância de uma aplicação única”. “Estamos ao vosso dispor para investir e colaborar”, reforçou.

Lítio é oportunidade para Portugal

Na reta final do discurso que levou à cimeira da mobilidade – e onde lembrou o compromisso da empresa em atingir a neutralidade carbónica -, Pires de Lima disse ser necessário “alinhar elementos para que esta transição possa ser mais acelerada e ser vista como uma oportunidade” para Portugal. No contexto de crise energética, acredita que o país deve aproveitar as suas minas de lítio, “algumas das maiores da Europa”, e não perder de vista os “consórcios que já se manifestaram interessados em produzir baterias em Portugal”.

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