Aquecer habitáculo e não perder autonomia? Paradoxo foi resolvido pela Ford

23/02/2023

LICENSE EXPIRES: IN PERPETUITY - LICENSE BY: MAKERHOUSE. LICENSE SCOPE: A - Earned editorial, press releases, press kits. C - All non-broadcast digital and online media, plus Retail and POS (showrooms, events etc). D - All print media (newspaper, magazine etc). REGION: GLOBAL. COPYRIGHT AND IMAGE RIGHTS: This content is solely for editorial use and for providing individual users with information. Any storage in databases, or any distribution to third parties within the scope of commercial use, or for commercial use is permitted with written consent from Ford of Europe GmbH only.
Os engenheiros da Ford descobriram que as superfícies de aquecimento dos veículos elétricos, tais como tapetes e painéis de portas podem contribuir para aumentar a autonomia, em alternativa à utilização do sistema de ar condicionado.

 

Qual é a forma energeticamente mais eficiente de mantermos o calor? Numa altura em que os custos de aquecimento das nossas casas aumentam, esta é uma questão cada vez mais presente na mente de muitas pessoas. Os engenheiros da Ford foram encarregados de responder a esta mesma pergunta no âmbito de um projeto para melhorar a autonomia dos veículos elétricos.

Quando se trata do aquecimento do habitáculo num automóvel elétrico, o ar quente pode ser ventilado no interior com recurso ao sistema de ar condicionado. A alternativa passa por recorrer a superfícies aquecidas.

Estas podem ser superfícies com as quais os ocupantes entram em contacto direto, ou podem ser painéis que irradiam calor para o condutor e passageiros.

Ambos os processos requerem energia proveniente da bateria, mas os engenheiros descobriram que, recorrendo a superfícies aquecidas, o consumo de energia para aquecimento do habitáculo poderá ver-se reduzido em 13%, em comparação com o de um sistema de ar condicionado tradicional, podendo aumentar a autonomia do elétrico em 5% com uma carga normal.

TRATA-SE DE UMA DIFERENÇA QUE PODE PROPORCIONAR CENTENAS DE QUILÓMETROS ADICIONAIS POR ANO.

“Todos sabemos que se as portas ou janelas forem abertas quando está mais frio no exterior, a temperatura no interior de um veículo desce. Isto é especialmente importante nos veículos de entregas, uma vez que os condutores entram e saem frequentemente dos veículos para efetuar as suas entregas, fazendo com que o calor gerado pelo ar condicionado seja perdido mais rapidamente, enquanto as superfícies aquecidas permanecem quentes”, declarou Markus Espig, engenheiro de sistemas no departamento de engenharia de sistemas de propulsão do Centro de Pesquisa e Inovação da Ford Europa.

A redução do consumo de energia não só melhora a autonomia, como também reduz os custos e contribui para uma utilização mais sustentável dos veículos, destaca a marca.

A investigação demonstrou, também, que as alterações nas condições meteorológicas, de trânsito e das estradas podem afetar a autonomia. A incorporação destes dados no calculador de autonomia poderá contribuir para uma previsão mais precisa da autonomia em tempo real. Para os veículos comerciais, estes dados de utilização agregados poderão ser utilizados como um “sistema de previsão da autonomia da frota”, permitindo elaborar estimativas das necessidades de energia para uma rota específica.

A investigação foi realizada no âmbito do projeto Connected Electric Vehicle Optimised for Life, Value, Efficiency and Range project (CEVOLVER) da Comissão Europeia, tendo decorrido entre os meses de outubro de 2018 e outubro de 2022.

A iniciativa foi concebida para dar a conhecer a forma como são construídos os novos elétricos e ajudar na criação de atualizações de software para veículos elétricos já em utilização nas estradas.

Os resultados dos testes de gestão de calor foram integrados no desenvolvimento dos futuros veículos da Ford.

Como funcionou o teste?

Os engenheiros equiparam uma Ford E-Transit 100% elétrica com sistemas de aquecimento nos apoios de braços, tapetes, painéis de portas, palas de sol e num painel colocado sob o volante.

Os testes envolveram entregas de encomendas e entregas de mercadorias especiais, bem como um dia de trabalho de um artesão com uma deslocação de 350 km, percorrendo estradas no interior e em redor de Colónia, na Alemanha.

Os testes decorreram no inverno e no verão, em estradas secas e molhadas, com chuva e ventos fortes.

Os engenheiros da Ford também testaram outras tecnologias que poderão proporcionar melhorias significativas em termos de poupança de energia e de tempo, tais como:
– Um permutador de calor, que retira o desperdício de calor da unidade de propulsão elétrica, utilizando-o para aquecer o habitáculo e/ou o conjunto de baterias;
– Um sistema de arrefecimento da bateria, que permite um arrefecimento eficiente e o pré-condicionamento do pack de baterias;
– Um sistema de Rotas Ecológicas (Eco-routing) combinado com carregamento assegurado, para cálculo da melhor rota, incluindo paragens para carregamento, de modo a obter o máximo rendimento da autonomia do veículo;
– Carregamento rápido inteligente, para pré-arrefecimento ou pré-aquecimento da bateria antes do próximo evento de carregamento rápido;