A Associação Geoparque de Arouca (AGA) vai promover uma ação de formação destinada a aumentar as competências dos taxistas do concelho no que se refere ao acolhimento de turistas, cuja afluência ao território tem aumentado nos últimos anos.
A iniciativa é financiada pela autarquia e pelo Turismo de Portugal, envolve 50 horas de aprendizagem e contará com cerca de 20 formandos que também terão no curso um mecanismo de revalidação das suas licenças profissionais, já que a formação é validada pelo Instituto da Mobilidade e Transportes.
“Este tipo de oferta formativa já existia em Portugal nas grandes cidades – ao meio rural é que ainda não tinha chegado”, declarou à Lusa o coordenador executivo da AGA, António Carlos Duarte.
“Mas o turismo em Arouca tem crescido tanto nos últimos anos, devido aos Passadiços do Paiva e também às outras atrações do geoparque, que se sentia a necessidade de melhorar a qualificação destas pessoas para o acolhimento de visitantes, sejam eles portugueses ou estrangeiros”, acrescentou o mesmo responsável.
Para António Carlos Duarte, o crescente afluxo à vila de Arouca e às zonas mais serranas do município deve-se sobretudo aos 41 sítios de interesse geológico identificados no território que em 2009 foi classificado como Geoparque Mundial pela UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.
“Temos que ser cada vez mais exigentes na qualidade do acolhimento, até porque cerca de 25% das pessoas que passam pela Loja Interativa de Turismo de Arouca já são estrangeiros”, realçou o responsável da AGA.
No caso específico dos taxistas, o aumento da procura pelos seus serviços deu-se de forma mais expressiva em 2015, após a inauguração dos passadiços sobre as escarpas do rio Paiva, num trajeto linear de oito quilómetros.
Como grande parte dos visitantes opta por fazer esse percurso na íntegra, o que só é possível a pé, o que acontece é que estaciona o carro num dos extremos do percurso e, depois de completar os oito quilómetros de passadiço, recorre a um táxi para regressar por estrada ao ponto de partida.
O objetivo da AGA é que, nesses e noutros serviços, o taxista saiba acolher devidamente o passageiro, prestar-lhe informações de que necessite e informá-lo sobre os outros recursos turísticos disponíveis no concelho.
Para isso, a formação agora oferecida aos condutores de táxi incluirá os módulos de Inglês e de Acolhimento e Atendimento, ambos ministrados por professores da Escola Profissional de Turismo e Hotelaria do Porto, e também o de Informação Turística, que será focado nos recursos locais e estará a cargo de formadores da AGA e técnicos da Câmara Municipal.
“O curso terá ainda um módulo sobre Segurança, na perspetiva da preservação do bem-estar dos próprios taxistas, e essa parte será lecionada pela GNR”, complementa António Carlos Duarte.
No final do curso, os participantes poderão requerer ao Turismo de Portugal o Selo de Qualidade em “Welcome by Taxi”, que os identifica como portadores de formação especializada e aptos a prestar melhores serviços aos respetivos clientes.

(Lusa)