M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Programas de formação profissional são uma das formas usadas para auxiliar a reintegração social de reclusos, após cumprir a sua pena. Mas não são a única, sendo também possível optar pela formação cívica. E em Espanha encontraram uma forma alternativa de o fazer, ensinando o código de estrada e até dando aulas de condução a quem tem licença para sair.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Vários professores voluntários da Confederação Nacional de Autoescolas, em Espanha, propuseram-se dar aulas de código aos reclusos em 2011, e os resultados têm sido positivos. Os cursos são gratuitos e incluem 25 horas de aulas. Apenas é preciso pagar uma taxa para quem quiser fazer o exame de código, sendo que, até agora, 1518 pessoas a cumprir pena passaram no exame, uma taxa de sucesso de 70 anos.

As aulas de condução estão limitadas apenas a quem tem licença de saída, pelo que há um número bem mais reduzido de participantes. Mesmo as 494 aprovadas no exame de condução correspondem a uma taxa de sucesso ainda maior, de 91,8 por cento.

Este sistema passou a ser considerado uma forma de educação cívica quando se descobriu que uma em cada três sentenças em Espanha estavam relacionadas com infrações de condução, e que um terço dos presos no país vizinho conduzia sem carta de condução. O estudo usado pela Secretaria Geral de Instituições Penitenciárias também indicou que muitas das infrações de trânsito são cometidas por indivíduos com tendência para uma personalidade anti-social.

O trabalho dos professores nesta instrução de código e aulas de condução não só torna os reclusos conscientes da necessidade de evitar cometer infrações (não só ao volante, mas em geral), como também lhes mostra novas possibilidades de emprego, servindo como motivação para se comportarem dentro dos parâmetros da lei no futuro.