Aumento de custos de utilização leva portugueses a abdicarem de andar de automóvel

09/03/2023

Num contexto de subida do preço dos combustíveis, a venda de veículos elétricos está a aumentar. Mas, de acordo com a análise do Observador Cetelem, os custos estão a levar também a que os utilizadores de veículos de combustão deixem o veículo na garagem.

Na hora de comprar um veículo, não basta apenas ter disponibilidade financeira para tal, é necessário ter também em conta outras despesas e custos que advêm da utilização do veículo. Tudo somado, pode sair muito caro aos portugueses. Mas como é que estes aumentos estão a ser encarados pelos proprietários? E quais as alternativas que estes encontram para fazer face a esta situação? Ter viatura está a tornar-se um luxo?

Um ónus financeiro cada vez mais elevado

De acordo com o novo estudo do Observador Cetelem Automóvel 2023, para a maioria dos condutores portugueses (52%) o custo de utilização dos veículos é elevado, sendo que, no que respeita aos custos anuais de utilização, imputáveis aos combustíveis, seguros e manutenção, os portugueses que são proprietários de pelo menos um automóvel, gastam em média 2.258 euros por ano, o que equivale a 188 euros por mês. Relativamente aos restantes países do estudo, verifica-se que é nos Estados Unidos, Áustria e Noruega que o custo de utilização dos automóveis é mais elevado, alcançando quase €4.000 anualmente.

É prioritário reduzir custos, a todo o custo

Perante esta situação de aumento de custos, os condutores não deixaram de reagir, com 6 em cada 10 portugueses a tomar medidas para limitar os custos de utilização dos seus veículos. A vontade de limitar os custos observa-se mais fortemente em quatro países com economias mais frágeis – Turquia (78%), África do Sul, Brasil e México (74% respetivamente).

Relativamente às medidas tomadas pelos portugueses, os dados do Observador Cetelem Auto revelam que a prioridade é mesmo reduzir as despesas do combustível (61%), seguindo-se as despesas relacionadas com as portagens (28%), com a assistência e manutenção (27%), com estacionamentos (24%) e, por fim, com o seguro (20%).

A nível global, as prioridades têm uma ligeira variação: para 65% dos entrevistados, a primeira coisa a fazer é reduzir o orçamento do combustível, mas depois segue-se a vontade de atuar ao nível da manutenção e dos seguros dos veículos.

Quais as soluções encontradas para reduzir custos de combustível, manutenção e seguro?

Para diminuir os custos com os combustíveis, a primeira solução encontrada pelos portugueses é circular menos. Neste sentido, 7 em cada 10 portugueses afirmam que já abdicaram de andar de automóvel – um valor superior ao registado a nível mundial (6 em cada 10). Ainda assim, em países com economias mais frágeis, tais como a Turquia ou a África do Sul, esta proporção atinge quase 8 em cada 10 pessoas.
Por seu lado, 51% dos portugueses estão a otimizar a sua condução (44% a média global) e 50% optam por comparar os preços dos combustíveis e encontrar a estação de serviços mais barata – 46% a nível global.

Ao cumprir o objetivo de eliminar custos com a manutenção, as redes de marcas de automóveis são as primeiras a ser penalizadas: 49% dos portugueses passaram a confiar a manutenção e reparação a independentes – 40% a média global. E 25% dos portugueses optaram por reparem eles próprios o seu veículo – 30% média global. Já 21% dos portugueses escolheram mesmo limitar a manutenção – 25% média global.