Apesar do avanço notável, a democratização do automóvel elétrico só acontecerá com a redução do custo da tecnologia, no mínimo, para valores equiparáveis aos das mecânicas de combustão interna. E, para a concretização desse objetivo, a Tesla dá mais uma vez provas de que se encontra à frente da concorrência.
De acordo com a agência Reuters, a marca de Elon Musk está a ultimar os preparativos para introduzir novas no Model 3 produzido na China, bastante mais baratas e com duração para um milhão de milhas, cerca de 1,6 milhões de quilómetros.
Os especialistas que o novo formato de bateria da Tesla apresenta diferenças significativas na sua composição, que reduz substancialmente a dependência do cobalto, o material mais dispendioso na produção deste componente. Há também alguma expetativa em torno de um misterioso esquema químico, supostamente inovador, que permitirá reduzir o esforço interno das baterias e aumentar a capacidade de armazenar mais energia por períodos mais longos.
A tecnologia está a ser desenvolvida pela Tesla em parceria com a empresa chinesa Comtemporary Amperex Technology Ltd (CATL), com vista ao fabrico massivo de baterias em Terafábricas, infraestruturas com 30 vezes mais capacidade do que as atuais Gigafábricas da marca.Atualmente, estima-se que a bateria de um veículo de passageiros elétricos possa ter uma vida útil entre os 500 mil e os 800 mil quilómetros. As novas baterias da Tesla, mais pequenas e de produção menos complexa, mais do que duplicam essa estimativa. O que significa que, para além de terem um custo menor, que permitirá baixar o preço final dos carros da Tesla, também aumentará o potencial das segundas vidas das baterias, para utilização nas redes de fornecimento de energia.
Números da Reuters indicam que as baterias de Fosfato de Ferro-Lítio desenvolvidas pela CATL estão já abaixo dos 80 dólares por kilowatt hora, contra os 156 dólares/kWh do custo médio em 2019.