A Organização das Nações Unidas decretou o dia 3 de junho como o Dia Mundial da Bicicleta, pelos benefícios sociais, económicos e ambientais decorrentes da utilização deste modo de transporte.
A pretexto desta efeméride, a MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta apela a uma “efetiva liderança política e investimento do Estado na criação de condições” que sejam “idênticas às que existem noutros locais da Europa” para os portugueses usarem a bicicleta.
Relacionado com isto está a necessidade de se criar um “amplo programa de contratação e formação de recursos humanos na área da mobilidade ativa – incluindo projeto e construção de infraestruturas, comunicação, educação, etc. – nos organismos do Estado, incluindo autarquias”, afirmam os utilizadores de bicicletas.
“PRECISAMOS DE MAIS AÇÕES CONSEQUENTES E MENOS PALAVRAS”, DESTACA A MUBI.
Em termos de liderança política, a MUBi considera que são particularmente prioritários e urgentes vários investimentos, entre os quais o alargamento do ensino da utilização da bicicleta em contexto de mobilidade a todos os alunos do 1.º e 2.º ciclo. “São também necessárias campanhas de âmbito nacional, dirigidas a toda a população, de alteração da cultura da mobilidade e promoção dos modos ativos de transporte”, destaca a MUBi.
Os utilizadores de bicicletas querem que aos municípios seja dado apoio técnico e financeiro para a criação de condições de conforto e segurança para a utilização da bicicleta, e andar a pé: “A adoção do limite máximo de velocidade padrão de 30 km/h dentro das localidades deverá ser acompanhada pela implementação de medidas físicas de acalmia de tráfego, especialmente nas envolventes de escolas, zonas residenciais, centros urbanos e outros locais onde os utilizadores vulneráveis convivam com veículos motorizados”.
Acrescenta ainda a MUBi: “Deverá, igualmente, ser apoiada a criação de redes de percursos seguros para a utilização da bicicleta (redes cicláveis), respeitando as melhores práticas internacionais, redistribuindo o espaço viário nas artérias urbanas e interurbanas e articulando com grandes equipamentos e interfaces de transporte público”.
Para a MUBi, é indispensável “dotar a Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável 2020-2030 e a Estratégia Pedonal (ENMAP 2030) de recursos humanos, técnicos e financeiros necessários para a sua coordenação e implementação das medidas”.