Câmara de Lisboa defende ciclovia bidirecional para Avenida Almirante Reis

27/03/2022

A Câmara Municipal de Lisboa propõe resolver problemas de circulação da Avenida Almirante Reis com uma ciclovia provisória no lado descendente e com um perfil bidirecional.

A proposta apresentada numa sessão pública dia 24 de março pelo arquiteto da Câmara Municipal de Lisboa, João Castro, contempla uma ciclovia provisória no lado descendente e com um perfil bidirecional por forma a libertar duas vias de trânsito no sentido ascende e assim escoar a acumulação de veículos automóveis que acontece sobretudo na hora de ponta da tarde.

As melhorias do tráfego contemplam ainda um limite de velocidade a 30 km/h na via descendente e ascendente. A ciclovia no lado descendente restringe o transporte automóvel provado e público a uma via. João Castro acredita ser possível evitar congestionamento de tráfego neste sentido da Avenida Almirante Reis com recurso à gestão inteligente dos semáforos que, juntamente, com a limitação de velocidade poderão fazer um tráfego em bloco e constante.

“A nossa proposta propõe manter uma ciclovia só que bidirecional”, disse o arquiteto João Castro. Uma das vantagens desta proposta, “provisória e expedita, é que permite repor duas faixas de circulação no sentido da saída, Martim Moniz – Areeiro, promovendo maior escoamento do tráfego, diminuição dos níveis de poluição, tendo como desvantagem não ser uma solução urbana estruturante, linear e simétrica e esteticamente consistente”, salientou.

A proposta prevê ainda que os veículos de emergência possam utilizar a ciclovia como corredor de acesso ao Hospital de São José. A ciclovia terá uma largura de 2,40 metros em toda a sua extensão.

Na sessão pública, a autarquia apresentou ainda um projeto que prevê uma ciclovia desde o Martim Moniz até ao cruzamento da Avenida Almirante Reis com a Rua Pascoal de Melo, onde seguiria pela Rua António Pedro em formato bidirecional. Esta sugestão implica a eliminação de 40 lugares de estacionamento.

A outra proposta envolve contra-fluxos cicláveis e vias partilhadas tanto na Rua de Arroios como na Rua António Pedro. Neste caso, ficam comprometidas áreas pedonais e estacionamento. De parte fica a idade de direcionar a ciclovia para ruas paralelas, dando-se prioridade a uma ciclovia em toda a Avenida Almirante Reis.

A autarquia lisboeta acredita que com esta solução provisória vai conseguir resolver problemas imediatos de poluição atmosférica, de ruído e de escoamento de tráfego provocados pela atual ciclovia.

De acordo com João Castro, após implementação da ciclovia em junho de 2020, o comprimento médio das filas de trânsito aumentou mais naquela avenida do que no global da cidade. O trânsito terá também aumento nas ruas paralelas.

Dados do Instituto Superior Técnico desde maio de 2017 até ao mesmo mês em 2021 revelam um aumento do número de ciclistas na avenida após a implementação da ciclovia.

Chegados ao Martim Moniz, João Castro admite que gostaria de colocar a via ciclável do lado oposto àquele onde está atualmente para criar uma ligação mais direta à Baixa, mas este projeto fica em aberto dependente do que for definido para aquela zona da cidade de Lisboa.

Fotografia de abertura de Lisboa para as Pessoas