Os carros novos vendidos na União Europeia a partir de 2022 vão passar a estar equipados com uma série de equipamentos de segurança avançados que têm por objetivo travar a sinistralidade na estrada, incluindo um limitador inteligente de velocidade que irá limitar a velocidade do veículo (ISA) ou sistemas que detetam e alertam o condutor em caso de distração na prática da condução.

Estas tecnologias fazem parte de um leque de assistentes e padrões tecnológicos que serão adotados a partir de maio de 2022 nos veículos totalmente novos e a partir de maio de 2024 nos veículos que recebam atualizações de gama (facelifts), tendo recebido ‘luz verde’ por parte da Comissão Europeia para aplicação no futuro. As medidas serão ainda sujeitas a aprovação por parte do Parlamento Europeu e Estados membros em setembro.

O limitador de velocidade – medida que promete ser a mais polémica na sua adoção – recorre a câmaras ou ao sinal GPS para determinar a velocidade máxima permitida em cada momento, cortando automaticamente a potência do motor e limitando a velocidade para o máximo permitido naquele local. No entanto, o Conselho Europeu de Segurança nos Transportes (ETSC) recomenda que, para facilitar a sua aceitação pelos condutores, exista uma forma de ativar e desativar o sistema, mesmo que, por defeito, esteja ativo assim que se liga o veículo. De igual forma, caso seja necessário, pressionado o acelerador com mais força, o limitador será desativado momentaneamente.

Caso o condutor circule de forma continuada acima do limite de velocidade, o sistema irá indicar acústica e visualmente que o condutor deve retomar o limite legal. Esta é a grande aposta para reduzir o número de acidentes e de vítimas mortais nas estradas europeias, mas não é a única. Os carros novos a partir de 2022 também deverá ter sistemas de deteção de distração do condutor ou de sonolência (através de câmaras), além de um sistema detetor de taxa de alcoolemia superior ao normal no condutor, impedindo-o de iniciar a condução caso isso se verifique.

O leque completo dos sistemas de segurança inclui, então, o sistema de travagem autónoma de emergência, assistente de manutenção na faixa, assistente de velocidade inteligente, bloqueio de condução com álcool, alerta de distração ou sonolência do condutor, alerta avançado de distração do condutor, sinalização de paragem de emergência, câmaras traseiras ou sensores e ‘caixa negra’ em caso de acidente.

De acordo com a Comissão Europeia, estas medidas deverão ajudar a salvar mais de 25.000 vidas até 2038.

António Avenoso, diretor executivo na ETSC, salientou a importância deste voto positivo por parte da Comissão Europeia, lembrando que “foram poucas as vezes nos últimos 50 anos que se podem descrever como grandes saltos para a segurança rodoviária na Europa. A introdução obrigatória do cinto de segurança foi um desses e os primeiros requisitos mínimos nos testes de colisão, acordados em 1998, foi outro. Se o acordo da última noite receber a aprovação formal, irá representar mais um desses momentos, prevenindo 25.000 mortes 15 anos depois de entrar em vigor”.