Com um rumo estabelecido em termos de eletrificação, a Citroën espera que até 2023, 80% da sua gama conte com uma oferta eletrificada, cobrindo em 2025 a totalidade da gama. Ou seja, uma versão mais ecológica disponível para todos os modelos da marca, o que já se poderá esperar com o novo C4, que chegará no final do ano. Antes, o Ami também será proposto como uma ideia de mobilidade diferente…
Regressando ao C5 Aircross Hybrid, trata-se de modelo importante para a marca do Grupo PSA, tendo vendido um total de 250.000 unidades globalmente desde o seu lançamento em 2017. Em Portugal, a sua representatividade é ainda sublinhada pelos 4,25% de quota de mercado no seu segmento, sendo mesmo o segundo melhor país em termos de vendas, apenas atrás – naturalmente – de França.
Mas, por outro lado, o C5 Aircross Hybrid pretende manter-se como uma ideia de viagens em conforto, com elevada modularidade (de que são exemplo os três bancos traseiros individuais e do mesmo tamanho) e espaços de arrumação numerosos no habitáculo. Agora, porém, junta-se-lhe uma experiência elétrica, mercê de um conjunto técnico que tem vindo a ser implementado pelo grupo em diversos modelos das suas marcas, desde a Peugeot à Opel.
O motor de combustão é um 1.6 PureTech de 180 CV, a que se junta um motor elétrico de 80 kW (110 CV) para uma potência combinada de 225 CV e binário elétrico instantâneo de 320 Nm. Com tração dianteira, esta solução recorre ainda a uma bateria de iões de lítio de 13.2 kWh com uma autonomia anunciada em ciclo WLTP de 55 quilómetros, para emissões de CO2 variáveis entre 32-33 g/km e consumo médio de 1,4 l/100 km. Tudo isto aliado a uma caixa automática de dupla embraiagem eletrificada ë-EAT8 que permite tirar máximo partido do conjunto híbrido.
Esta é sobretudo uma tecnologia pensada para a eficiência, sem alterar em demasia o carácter do C5 Aircross, que continua a apregoar doses massivas de conforto, graças ao conjunto de elementos que compõem o pacote Citroën Advanced Comfort, como os bancos, a suspensão com batentes hidráulicos progressivos ou o trabalho de insonorização redobrado para este híbrido, de forma a ser o mais silencioso possível quando em modo de zero emissões.Como noutros modelos do género, este SUV pode ter funções de climatização e de carregamento controladas a partir de aplicação do smartphone, dando assim uma outra dimensão à posse de um veículo eletrificado. Com modos de condução selecionáveis a partir de botão na consola central, o condutor pode optar entre ‘Electric’, ‘Hybrid’ e ‘Sport’, não faltando uma função ‘E-Save’, que permite guardar a carga na bateria para utilização posterior, o que é útil quando se viaja em autoestrada mas já a pensar na fase final do trajeto em cidade.
Para indicar que circula em modo elétrico – útil para informar autoridades, por exemplo -, o C5 Aircross Hybrid acende uma luz azul no espelho retrovisor, com que se ‘identifica’ perante os demais integrantes da via pública.
Em termos de carregamentos, são apontados tempos de carregamento de duas horas com uma wallbox quando equipado com o carregador opcional de 7,4 kW, aumentando ligeiramente para as quatro horas com uma tomada reforçada Green Up. Na tomada doméstica de 230V, o tempo a esperar por um carregamento é de sete horas. De série, o C5 Aircross Hybrid surge com um carregador de bordo de 3,7 kW.
O modelo é produzido em França, na fábrica de Rennes, La Janais, lado a lado com as versões térmicas destinadas ao mercado europeu.
Entre o diverso equipamento possível de equipar este modelo destaque para itens como o teto panorâmico, detalhes exteriores em azul para simbolizar a sua faceta ecológica, escolha entre cinco ambientes interiores e até 20 sistemas de segurança e de assistência à condução.
Em termos de cores, tal como a restante gama térmica, o novo C5 Aircross Hybrid pode ser configurado em dois tons de Branco, Nacarado (de série) ou o opcional Banquise, ou cinco cores metalizadas (Cinzento Platinium, Cinzento Acier, Preto Perla Nera, Azul Tijuca e Vermelho Volcano), havendo também a possibilidade de integrar um dos três Packs Color disponíveis, nos tons Anodizados Branco, Vermelho e Cinzento. Em termos de conceção de interiores, são três os acabamentos (Wild Grey, Metropolitan Grey e Hype Brown), evoluindo de materiais em tecido até ao couro granulado.
A gama Hybrid apresenta dois níveis de equipamento (Feel Pack Hybrid e Shine Hybrid), respetivamente, por 44.147€ e 46.347€, sendo de destacar as condições comerciais e o contexto da fiscalidade associado aos híbridos plug-in que pode torná-lo num modelo bastante apetecível no contexto empresarial dadas as benesses concedidas. A Citroën destaca ainda que 90% das encomendas que tem tido até aqui corresponde à versão mais equipada Shine.
CONTACTO NA ESTRADA
Na unidade ensaiada, a autonomia em modo elétrico já não era a total, ou seja, os 55 quilómetros, mas um valor de 38 quilómetros, sendo por defeito o modo em que faz o arranque. Sem ruídos, bem insonorizado e com o conforto que caracteriza este modelo, o C5 Aircross Hybrid revela boas prestações em modo elétrico, permitindo rolar pelos trajetos urbanos com serenidade. A caixa de velocidades em modo ‘B’ acentua a desaceleração e a recuperação de energia para a bateria elétrica.
Apesar do peso acrescido face a uma versão semelhante com motor térmico, importa reter que este SUV não perde conforto, valendo-se de um acerto de suspensão muito suave e eficaz na absorção de irregularidades, mesmo nas de maiores dimensões e mesmo com as jantes de 18 polegadas equipadas. Um claro sinal de que a suspensão com batentes hidráulicos progressivos joga a ser favor.
Alternando para o modo ‘Hybrid’, o sistema escolhe o modo de locomoção consoante o estilo de condução, sendo no modo ‘Sport’ (que o sistema em português nos apresenta como ‘Desporto’) que se extrai o melhor das suas prestações, aqui com arranques rápidos mas sem ser fulminante. Sobressai, sobretudo, por performances de patamar superior, algo que a mecânica híbrida ajuda.
Ao volante da unidade de teste, percorremos 108 quilómetros de viagem, maioritariamente por zonas rápidas e com alguma autoestrada pelo meio, o que não ajudou à poupança em aliança com a menor carga disponível de bateria logo no arranque, pelo que apenas conseguimos uma média de 3,9 l/100 km.
Motor térmico: 1.6 PureTech 180 S&S Euro 6 de 180 CV
Motor elétrico: 110 CV (80 kW) alojado entre o motor térmico e a caixa de velocidades
Potência acumulada: 225 CV (165 kW)
Bateria: Alta Tensão 200 V Li-Ion (iões de lítio) de 13,2 kWh
Transmissão 4×2 às rodas dianteiras
Binário do motor elétrico: 320 Nm
Caixa automática eletrificada ë-EAT8
Autonomia em ZEV : 55 km (funcional até 135 km/h) – ciclo WLTP
Velocidade máxima em modo EV: 130 km/h
Emissões de CO2: a partir de 32 g/km – ciclo WLTP
Consumo misto: a partir de 1,4 L/100 km – ciclo WLTP
Tempos de carregamento:
– Menos de 2h num Wall Box 32A, com carregador opcional 7,4 kW
– 4h numa tomada 14A do tipo Green’up™ Legrand, com carregador de série 3,7 kW
– 7h numa tomada doméstica standard 8A, com carregador 3,7 kW
Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.