O processo de renascimento da Alfa Romeo iniciou-se com o Giulia e, apesar dos desejos de muitos entusiastas e de existirem planos iniciais para tal, o novo modelo Premium da marca italiana não irá dar origem a uma carrinha. A hipótese chegou a ser avançada no programa de novos lançamentos da companhia do grupo Fiat Chrysler Automobiles, mas o projeto foi abandonado.

Uma das razões estará no empenho que a Alfa Romeo deposita atualmente no seu novo SUV, o Stelvio, cuja chegada ao mercado europeu está iminente e que poderá servir em termos comerciais como a versão carrinha do Giulia, mesmo sem o ser. Note-se que ambos os modelos partilham a mesma plataforma, Giorgio, criada pela FCA para esta nova geração de modelos.

“Decidimos não fazer o Giulia Sportwagon. Será que precisamos mesmo dessa carrinha se o SUV Stelvio se conduzir tão bem? Talvez não. Com a nossa afinação precisa, o Stelvio pode captar todas as pessoas que teriam interesse, doutra forma, na carrinha”, referiu o responsável de produção da Alfa Romeo, Alfredo Altavilla, em declarações à revista EVO.

A ambição de Sergio Marchionne, CEO do grupo ítalo-americano, é catapultar de novo a Alfa Romeo para uma posição de destaque entre as marcas Premium, combinando conforto e requinte desportivo, preparando para isso uma nova leva de produtos, da qual o Giulia foi o primeiro e o Stelvio o segundo. No total, até 2020 prevê-se o lançamento de oito novos modelos, incluindo-se aqui novos carros para os segmentos de topo e os substitutos do MiTo e do Giulietta.

Ainda a respeito da carrinha e igualmente em declarações citadas na EVO, Fabrizio Curci, diretor da divisão europeia da marca, recordou que o plano de Marchionne tinha uma condição de adaptabilidade à evolução do mercado: “Pensámos na Giulia Sportwagon durante muito tempo, mas esse segmento tem mudado bastante depressa”, é citado Curci, para quem o plano ambicioso de vender 400.000 automóveis por ano é exequível para a Alfa Romeo.

“Temos a nova plataforma de tração traseiro – e isso é muito importante – e temos a fábrica de 1.2 mil milhões de euros de Cassino dedicada à Alfa Romeo. Chegar lá tem sido difícil, árduo, mas isso tem sido o mais importante. Agora somos capazes de fazer as coisas depressa e de mudar os planos”, indicou.