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Como roubam e quanto vale o catalisador do seu carro?

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Jantes, pneus, volantes desportivos, equipamentos eletrónicos, são vários os componentes do automóvel que estão na mira dos ladrões. Mas os catalisadores têm ganho destaque nos últimos tempos. E quanto vale?

O roubo de catalisadores dos automóveis em Portugal continua a aumentar, desde o último grande levantamento realizado pela Polícia de Segurança Pública (PSP) em agosto, que dava conta de 3206 queixas registadas por este tipo de crime; mais 2367 ocorrências do que em todo o ano de 2020! O crescimento exponencial do fenómeno levou mesmo à criação das Equipas Regionais de Investigação à Criminalidade Automóvel (SRICA), “especializadas de investigação criminal para análise das ocorrências, das tendências reportadas e dos fluxos subsequentes”. Atualmente, sem mãos a medir.

Produzidos com recurso a metais raros especialmente valiosos como o ródio, o paládio ou a platina, independentemente de se encontrarem praticamente novos ou muito usados, os catalisadores são hoje o componente predileto dos ladrões de automóveis. O interesse acompanha a escalada de preço destes metais no mercado.

O ródio é o mais valioso de todos, mas também o mais raro.

Há seis meses o paládio tinha um valor de 85 euros por grama (2 400 dólares por onça) e a cotação da platina rondava 36 euros por grama (970 dólares por onça).

De acordo com os valores mais recentes, a cotação dos dois metais estará entre os 20 e os 40 euros por cada grama.

Valores que, somados, significam que um catalisador roubado e desmantelado poderia valer mais de 80 euros. Se tivermos em conta que cada catalisador pode ter no seu interior até dois gramas de platina.

Como a extração destes materiais não é uma operação simples e existem poucas empresas autorizadas para realizar estas funções, o roubo destes componentes é cada vez mais uma atividade controlada por redes organizadas que procuram reunir grandes quantidades de catalisadores, para vender no mercado negro a operadores que se encarregam de os introduzir no circuito legal de reciclagem.

Técnicas “cada vez mais audazes”

As técnicas utilizadas pelos autores deste tipo de crime estão a ser estudas pelas autoridades, e sempre em evolução. «As técnicas utilizadas estão em constante evolução e são cada vez mais audazes, havendo registos de casos da tentativa de furto destes componentes em veículos estacionados em locais com assinalável passagem de pessoas e em plena luz do dia», revela a PSP

A maioria dos criminosos utiliza uma serra circular elétrica convencional ou recorre ao corte a quente. De acordo com a polícia, os dois métodos, com alguma experiência, vão permitir a extração do catalisador de um automóvel em menos de 2 ou 3 minutos.

Há maior número de ocorrências na área metropolitana de Lisboa, em automóveis com matrículas entre 1998 e 2001.

Como dificultar o trabalho dos criminosos? Nas lojas de acessórios mais especializadas estão à venda as chamadas “gaiolas”, peças metálicas especialmente concebidas para proteger os catalisadores dos roubos. Não são 100% eficazes, mas ajuda a tornar mais difícil e demorado o trabalho de extração da peça, o que pode ter um efeito dissuasor.