As corridas de veículos autónomos continuam a ser algo mais do universo da ficção científica do que do mundo real, mas vão sendo dados passos importantes no sentido de desenvolver esta tecnologia para o futuro. No final da Feira de Eletrónica de Las Vegas (CES), dois monolugares competiram entre si sem qualquer piloto a bordo para demonstrar o progresso da tecnologia automatizada de condução, naquela que foi também uma competição entre universidades.

Palco da revelação de muita tecnologia disruptiva para o futuro, tanto para utilização doméstica, como no campo da mobilidade, o CES contou com um evento inusitado para fechar o evento de 2022, com cinco equipas a competirem entre si para demonstrarem os seus progressos na tecnologia de condução autónoma e apontar à sua potencial aplicação nos automóveis em série.

Cinco equipas de países distintos, em representação de sete universidades, estiveram presentes nesta ‘final’ em pista do Indycar Autonomous Challenge, que se iniciou em 2021 e que voltou a estar em destaque agora na oval de Las Vegas para uma demonstração tecnológica. O monolugar utilizado foi um Dallara AV-21 inspirado diretamente no monolugar da Indycar, sendo também apelidado de carro tecnologicamente mais avançado do mundo.

No final, a PoliMOVE foi a equipa vencedora, resultando da parceria entre o Politécnico de Milão (Itália) e a Universidade do Alabama (Estados Unidos), que levaram assim 150.000 dólares de prémio pelo seu triunfo. A TUM Autonomous Motorsport, da Universidade de Munique (Alemanha) ficou com o segundo lugar e garantiu um prémio de 50.000 dólares.

As regras desta competição exigiam que cada equipa se qualificasse num carro autónomo de competição, determinando depois o seu posicionamento numa competição direta ‘mano a mano’ em pista. Além de bater a TUM Autoomous Motorsport na ronda final, a PoliMOVE conseguiu também um novo recorde numa oval, com uma velocidade máxima de 173 mph (278 km/h).

“Hoje foi o verdadeiro nascimento da competição autónoma. A corrida a alta velocidade entre múltiplos agentes foi levada aos seus limites. A pesquisa nos carros autónomos vai certamente beneficiar deste marco histórico”, referiu o Professor Sergio Savaresi, líder da equipa do Politécnico de Milão.

Organizado pela Energy Systems Network, o objetivo primário do IAC era o de resolver problemas reais de condução ao evoluir a tecnologia que vai acelerar a comercialização de veículos 100% autónomos no mundo real ou ajudar a desenvolver novos sistemas de assistência à condução (ADAS).

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