Com espaços já na Cidade do México, Munique e Milão, e a abertura prevista em Roterdão e Sydney, conversámos com Wayne Griffiths, CEO da Cupra sobre os projetos da marca.
Quais foram os desafios em transformar uma designação que representava os modelos com mais performance da Seat numa nova marca?
Não penso que o nosso trabalho fosse transformar, mas sim o de criar uma nova marca. Uma marca contemporânea para a próxima geração de clientes. Na altura, muitos pensavam que éramos malucos por querermos criar uma nova marca quando muitas estavam a desaparecer. Penso que foi a decisão certa na altura certa, tendo em conta que a indústria está a mudar tão rapidamente, passando dos carros de combustão para os carros elétricos e a forma como as pessoas veem a mobilidade. Além disso também foram aparecendo muitas outras marcas: Tesla nos EUA, na Ásia a Nio, Lynk & Co, Polestar. É um momento em que há uma nova geração de compradores que procura diferentes respostas, marcas que os seus pais não tiveram, carros que nem os seus avós, nem os seus pais guiaram. Não procuram marcas que sejam sinónimo de estatuto social, luxo, prestígio, dinheiro. Procuram marcas com as quais se identifiquem e esta foi a oportunidade de criar uma marca que se destaque para essa geração.
Alguns talvez pensem assim porque têm outras prioridades e encaram a mobilidade como uma necessidade básica, mas acho que continuarão sempre a existir compradores mais novos fascinados com carros emocionais. O nosso desafio na eletrificação é provar a argumentação racional com zero emissões C02, e tudo isso, mas temos sobretudo de tornar estes carros sexy, emocionais e atrativos. Esse é o desafio. As marcas de automóveis atuais têm de criar identidades com as quais os clientes se identifiquem, não baseadas na tradição, prestígio ou status do passado, mas no que é importante para os jovens clientes agora: sustentabilidade, reciclagem, economia circular, são os tópicos com que nos temos de preocupar na Cupra.
Porque criaram as Cupra Garages?
Para responder às perguntas das novas gerações, temos de estar onde eles estão. Esse local já não é fora da cidade, num quilómetro de rua preenchida com stands, as novas gerações já não querem ir a um sítio desses. Vão querer vir a um sítio cool como este no meio da cidade e sentirem-se em casa. Todas as Cupra Garages onde quer que estejam, vão ter um design similar inspirado pela cidade de Barcelona, a atmosfera informal, a música e a experiência da marca que se estende além dos carros ao merchandising, a possibilidade de fazer cowork, ou apenas desfrutar o espaço. É muito mais do que só um sítio onde se vendem carros.
Os carros elétricos praticamente não fazem barulho, os fabricantes tentam integrar sons, para alertar os transeuntes, e criar uma experiência que traduza a sensação de velocidade. Qual é a solução da Cupra para isso?
O que se segue?
Tornar a marca conhecida mundialmente, vamos para a Austrália ainda este ano com uma Cupra Garage, em Sydney. Estamos a trabalhar em novos carros, como o Tavascan que surgirá em 2024. Mas, também no desporto temos projetos no Extreme-E e no Pure ETCR. Noutras áreas, como a música estamos no festival Primavera Sound. Temos milhares de ideias, umas conseguimos pôr em prática, outras ficam pelo caminho. Tentamos ser os “rebeldes” da indústria automóvel.