Texto: João Ouro
Com dimensões acima das do Formentor, o Terramar aponta ao segmento médio-familiar, tratando-se, provavelmente, do último lançamento da Cupra cuja gama contará com motores de combustão. No mercado nacional, para já, a marca avança com três propostas: 1.5 eTSI (‘mild-hybrid’) de 150 cv, associada à transmissão automática DSG de dupla embraiagem (7 relações), 1.5 e-Hybrid ‘plug-in’ de 204 cv e 1.5 e-Hybrid ‘plug-in’ de 272 cv, estas últimas com caixa DSG de 6 velocidades — a mais potente apenas disponível nas versões VZ e na edição especial ‘America’s Cup’. Já lá iremos.
A variante 1.5 eTSI de 150 cv recorre ao conhecido bloco de 4 cilindros de 1,5 litros (sistema de 48V), o mesmo motor das configurações 1.5 e-Hybrid ‘plug-in’, as quais adotam unidade elétrica adicional, com as potências máximas combinadas a atingirem os tais 204 cv e 272 cv, além do binário máximo de 400 Nm (aceleração 0-100 km/h em 7,3 s na VZ). Ambas recorrem a bateria de iões de lítio de 19,7 kWh (úteis), pelo que as autonomias anunciadas no modo estritamente elétrico (zero emissões) colocam-se entre 112 km e 121 km (ciclo WLTP), sendo admissível recargas em corrente contínua (CC) e de até 50 kW. Ou seja, cerca de 26 minutos para abastecer dos 10% aos 80%. Já em corrente alterna (AC), máximo de 11 kW e 2h30 minutos nas recargas dos 0% até aos 100%. No modelo VZ de 272 cv, o consumo anunciado coloca-se entre 17,5-19 kWh (emissões de CO2 de 9 a 12g/km) e a autonomia combinada é de 910 km.
A imagem doTerramar é sublinhada pela dianteira tipo ‘nariz de tubarão’, à semelhança do Tavascan, assim como pela dimensão da grelha frontal, nervuras no capot e através da assinatura luminosa Matrix LED Ultra, esta com três triângulos em separado. Consoante a versão, o modelo adotará jantes em liga leve de 18” e 19” (série) e/ou 20” (opção). No interior, painel de instrumentos de 10,25” e infoentretenimento com ecrã tátil central de 12,9”, destacando-se a possibilidade de aceder a ‘Head-up Display’ (850 €) com a projeção de dados no pára-brisas. Os bancos são tipo ‘baquet’ (tecido reciclado ou em couro especial), existindo vários materiais inovadores e revestimentos em cor cobre, como é usual na Cupra, os quais se conjugam com três ambientes à escolha: Deep Ocean, Moon Light ou High Canyon.
Na configuração de 5 lugares, a capacidade da bagageira atinge o máximo de 602 litros (540 litros normais), uma vez que os bancos da 2.ª fila avançam e recuam. Nas versões e-Hybrid, valores inferiores: 400-490 litros.
O modelo recorre à plataforma MQB Evo do grupo VW (Multilink atrás) e as dimensões são parecidas às das do VW Tiguan e às das do Q3 da Audi: 4,519 m de comprimento e distância entre eixos de 2,681 m. Conta com suspensão desportiva de série, controlo adaptativo (modos Comfort, Performance e Cupra) e direção com assistência progressiva, incluindo como opção o sistema de travagem Akebono (discos perfurados, pinças de seis pistões, por 2365 €).
A produção é em Györ, na Hungria, na mesmíssima fábrica dos Audi Q3 e Q3 Sportback. Não há versões Diesel e a gama contempla nove cores de carroçaria, incluindo duas escolhas mate: bronze Century (disponível no início de 2025) e cinzento Enceladus, ambas por 2400 €. A pintura metalizada convencional custa 760 € e as especiais atingem 1100 €.
O início da história da Cupra, em 2018, ocorreu precisamente no lendário autódromo Terramar (uma das pistas ovais mais antigas da Europa), em Sitges, perto de Barcelona, inspirando o nome do novo SUV, o qual irá (re)posicionar a marca no segmento de mercado de maior crescimento na Europa. É certo que um nome não valerá tudo, mas é também por aí que se entende a expetativa (e a grande importância…) que a Cupra deposita no Terramar.