Com essa iniciativa, o fabricante paulista atendia a um apelo do governo desenvolvimentista do presidente Juscelino Kubitscheck, que queria estimular a construção completa de veículos automotores no país, com um alto grau da nacionalização de peças. Para isso, havia sido criado, a 16 de Maio de 1956, o Grupo Executivo da Indústria Automotiva (GEIA), que priorizava a produção de utilitários com a concessão de incentivos fiscais.
A Vemaguet deu origem a uma “família” de veículos com mecânica DKW como é o caso do Sedan Belcar, do belíssimo Coupé Fissore, do Jipe Candango e do desportivo GT-Malzoni. Todos utilizavam o modesto, mas confiável, motor de dois tempos com três cilindros de 980cm3 arrefecido a água e que mais tarde se mostrou bastante interessante nas competições automobilísticas brasileiras dos anos 60. Em 1966, a Vemag foi adquirida pela Volkswagen do Brasil e esta extinguiu a marca.
Há quem reivindique que o título do primeiro automóvel produzido no Brasil deveria ser dado ao Romi-Isetta. Fabricado em Junho de 1956 pela, empresa paulista Romi, sob licença da italiana Iso, este veículo tinha apenas uma porta frontal, tinha uma capacidade máxima de dois ocupantes e tinha um eixo traseiro bem mais estreito o que o tornava praticamente num triciclo.
Para o GEIA, a Romi-Isetta parecia-se mais com uma motocicleta do que com um automóvel, e por essa razão a primazia coube à DKW Universal. A polêmica sobre quem chegou primeiro ainda hoje divide fãs da Romi-Isetta e da DKW mas, oficialmente, a carrinha DKW Universal é o primeiro automóvel brasileiro.
Fotografias: Eduardo ScaravglioneIrineu Guarnier Filho é brasileiro, jornalista especializado em agronegócios e vinhos, e um entusiasta do mundo automóvel. Trabalhou 16 anos num canal de televisão filiado à Rede Globo. Actualmente colabora com algumas publicações brasileiras, como a Plant Project e a Vinho Magazine. Como antigomobilista já escreveu sobre automóveis clássicos para blogues e revistas brasileiras, restaurou e coleccionou automóveis antigos.