EMEL já perdeu 10 milhões de euros em receitas durante confinamento

01/05/2020

Durante o estado de emergência, empresa municipal de Lisboa suspendeu a atividade nos parquímetros e parques sob sua gestão. Os prejuízos, segundo o presidente da EMEL, rondam os 10 milhões de euros.

Na véspera do fim do estado de emergência, a Empresa Municipal da Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL), que suspendeu a sua atividade de fiscalização no dia 16 de Março, contabiliza já um prejuízo expressivo.
“A principal questão prende-se com a suspensão da tarifação na rua e a ausência de receitas nos parques da empresa, cujos valores são mais expressivos nas receitas globais da EMEL. Estaremos a falar de um valor que rondará os 10 milhões de euros. Tudo dependerá, no entanto, da forma e celeridade com que a retoma acontecer”, afirma Luís Natal Marques, presidente da EMEL, que ainda não avança com uma data concreta para o regresso à atividade fiscalizadora nos parquímetros e parques sob sua gestão. “A data será alinhada com a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e quando se mostrar pertinente o regresso à atividade, o que estará dependente da celeridade com que as atividades económicas regressarem à normalidade e as questões inerentes à mobilidade se voltarem a colocar no espaço urbano”, acrescenta Luís Natal Marques.
A decisão de suspender a atividade, “tomada em consonância com as orientações da CML, tendo em conta o estado de emergência decretado pelo Presidente da República”, não foi difícil. Segundo o responsável, com o confinamento, foi necessário “acautelar a segurança dos nossos trabalhadores e tentar minorar as preocupações e despesas das famílias portuguesas, devido ao momento muito difícil, provocado pela pandemia da covid-19”.

Mobilidade em casa

Luís Natal Marques acredita que a empresa retomará a sua atividade normal, mal existam condições de segurança para tal, mantendo inalterado o projeto de alargar a sua presença a todas as juntas de freguesia de Lisboa, no fundo, “indo ao encontro da sua vontade”.

Quanto ao futuro, o presidente não tem dúvidas de que o foco estará colocado na mobilidade. Mais do que no estacionamento. “A EMEL é já uma empresa de mobilidade, pela abrangência das suas responsabilidades. Somos uma empresa que é já reconhecida e respeitada pelo seu papel essencial no ecossistema de mobilidade de Lisboa, sendo nossa missão prestar um serviço público que melhore a organização urbana, e, assim, contribuir efetivamente para uma melhoria da qualidade de vida dos residentes, promovendo mais segurança e bem-estar nas ruas da cidade”, garante. “Na verdade, atualmente, além da gestão e ordenamento do estacionamento, as nossas responsabilidades de gestão estendem-se ao sistema de semaforização e de sensorização da cidade, aos túneis, aos elevadores e escadas rolantes que facilitam a mobilidade na cidade das sete colinas, como são exemplo as Escadinhas da Saúde e os Elevadores de Entrecampos, e à Rede de Bicicletas Partilhadas de Lisboa, GIRA”, conta.

Para Luís Natal Marques, é fundamental a empresa ter um papel ativo na sociedade, promovendo “uma pedagogia da mobilidade, despertando mentalidades, sobretudo nos mais novos, através do Programa ‘Pela Cidade Fora’, que se reinventou, nesta fase de essencial de recolhimento como ‘Pela Casa Fora’, permitindo que as crianças e os mais novos se entretivessem, e, ao mesmo tempo, aprendessem a importância de uma mobilidade organizada e sã”, sublinha o presidente da EMEL.