Neste caso, o futuro dono fez questão de ter relógios para si e para a sua mulher, do fabricante suíço Bovet. Podem ser usados no pulso, como relógio de secretária, de bolso, ou colocados num lugar de destaque no centro do tablier do Boat Tail. O design multifuncional das caixas Amadeo foi patenteado e os relógios demoraram 3,000 horas a construir.
A utilização de relógios no interior dos automóveis não é novidade, na verdade é anterior aos velocimetros. Recuando até ao séc. XIX, já eram utilizados nas carruagens puxadas por cavalos para garantir que os horários eram cumpridos.
Os primeiros relógios eram semelhantes aos utilizados na marinha. Utilizavam movimentos mecânicos de corda que tinha de ser enrolada manualmente com uma chave, ou na coroa. Uma marca pioneira nestes instrumentos de medição do tempo para automóveis foi a Heuer (mais tarde TAG Heuer), que criou o primeiro relógio com cronómetro para tablier em 1911.
Os relógios construídos especialmente para este Rolls-Royce Boat Tail pela Bovet têm uma caixa em ouro branco de 18 quilates, 44 mm de diâmetro, e 14 mm de espessura. Têm mostrador dos dois lados, em que num deles está a grelha estilizada da Rolls-Royce e a estatueta Spirit of Ecstasy. No outro está a imagem do modelo Boat Tail pintado à mão na mesma cor azul do carro.
Possuem um movimento mecânico de corda manual que inclui um turbilhão. Uma solução inventada há 200 anos por Breguet, outro fabricante suíço, que isola parte do mecanismo numa armação que roda para reduzir o efeito da gravidade na sua precisão. Para além disso, como o mecanismo está à vista, torna-se um deleite observar o seu movimento.O cliente pediu uma bracelete na cor azul meia-noite para o modelo de homem, e vermelho profundo para o de mulher. A reserva de marcha de cinco dias é mostrada através de um indicador semelhante ao do nível de combustível, e na ponte por cima do turbilhão será gravado o nome de cada um dos respetivos donos.
