Estudantes de Aveiro criam robô para ajudar em cenários de catástrofe

21/07/2017

Um grupo de estudantes da Universidade de Aveiro apresentou um robô que pode vir a ajudar a salvar vidas em cenários de catástrofe, poupando às equipas de reconhecimento o perigo de se aventurarem em locais de risco, como edifícios desmoronados.

A solução para evitar que equipas de reconhecimento arrisquem as suas vidas em edifícios em situação de desmoronamento, por exemplo, passa por um robô capaz de entrar nos escombros, mapear em três dimensões o espaço, detetar focos de incêndio e medir a temperatura, humidade e monóxido de carbono e, em tempo real, enviar os dados para o exterior.

De pequenas dimensões e autónomo, o robô foi desenvolvido por um grupo de 15 estudantes de Engenharia Electrónica [SIC] e Telecomunicações da Universidade de Aveiro (UA), tendo por objetivo posicionar-se como uma preciosa ajuda quando todos os minutos são essenciais para salvar vidas.

A equipa de estudantes pertence ao Mestrado Integrado em Engenharia Eletrónica e Telecomunicações, no âmbito da unidade curricular de Projeto em Engenharia Electrotécnica [SIC] lecionada pelo docente Nuno Borges Carvalho. O robô já está em fase de protótipo e à espera de todos os apoios para, no futuro, ser fundamental no trabalho da Proteção Civil. Para tal, os estudantes têm já delineado a HART – Human Aid Robotic Technologies, uma empresa que, quando nascer, vai dar suporte ao desenvolvimento e comercialização do robô.

Apontado como um “projeto único num mercado onde abundam soluções voltadas essencialmente para ambientes militares e que fazem uso das câmaras apenas para recolha de imagens”, o robô tem também por novidade a capacidade de dispensar um operador já que, apontam os estudantes do Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática, na fase final de desenvolvimento o robô vai ser capaz de se mover e adquirir informação de forma autónoma.

Com 1,5 quilogramas e 23 por 28 centímetros, o robô pode facilmente ser usado em todos os cenários que necessitem de medir condições ambientais e em que a obtenção de um modelo tridimensional possa ser útil. Nestes cenários os estudantes incluem incêndios, colapsos parciais, grutas, demolições e operações de reconhecimento, busca e salvamento. O robô pode ainda ser usado para ajudar na avaliação da integridade e extensão de danos num edifício afetado por um sinistro.

Todos os dados obtidos pelo robô serão disponibilizados em tempo real às equipas de salvamento através de uma aplicação de computador criada para o efeito, onde a informação é apresentada de forma clara, simples e concisa, para acelerar o processo de análise e tomada de decisões.

Nesta fase de desenvolvimento, apontam os estudantes, o robô já consegue fazer a sensorização do ambiente e gerar o respetivo modelo 3D. Dentro em breve, será a vez da implementação da capacidade de adquirir e sobrepor vários modelos 3D e da instalação do movimento autónomo. Depois disso estará pronto a entrar em ação.

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