Estudo garante que elétricos “não são solução” para travar alterações climáticas

26/04/2019

O debate em redor do impacto dos veículos elétricos na redução das emissões de CO2 para a atmosfera já é longo, mas um estudo lançado agora pelo Instituto de Pesquisas Económicas da Universidade de Munique (CES ifo) deixa o alerta para os eventuais poucos benefícios da transição para a mobilidade elétrica.

De acordo com aquele estudo, que tem em conta a situação local, os “veículos elétricos pouco ajudarão a cortar as emissões de CO2 na Alemanha nos próximos anos, já que a introdução de veículos elétricos não significa necessariamente a redução das emissões de CO2 dos transportes rodoviários”.

Consolidando esta sua conclusão, o estudo aponta que os motores alimentados por gás natural são as melhores soluções para uma transição para os veículos alimentados a hidrogénio ou a metano ‘verde’ a longo prazo.

Os autores do estudo, Christoph Buchal, professor de física na Universidade de Colónia, Hans-Dieter Karl, perito da ifo na área da energia, e Hans-Werner Sinn, anterior presidente da ifo e professor emérito da Universidade Luís Maximiliano de Munique, a terceira maior da Alemanha, frisam que, “tendo em conta o atual mix de energia da Alemanha e a quantidade de energia utilizada na produção de baterias, as emissões de CO2 dos veículos elétricos são, no melhor dos casos, ligeiramente superiores às de um motor Diesel e, noutros casos, muito mais elevadas”.

Para estas conclusões, os investigadores levaram a cabo cálculos com base em exemplos concretos de um carro elétrico moderno (Tesla Model 3) e de um Diesel também moderno (um Mercedes-Benz 220 d com o 2.0 turbodiesel OM 654). Além das emissões de CO2 da produção das baterias, também tiveram em conta as energias alternativas para a eletricidade de forma a calcular o impacto que esses veículos elétricos teriam nas emissões de CO2.

O resultado aponta que “mesmo com a tecnologia atual, as emissões totais de um motor de combustão alimentado a gás natural são já quase um terço inferiores às de um motor Diesel e aponta que, no futuro, o hidrogénio poderá ser a solução indicada.

Os autores do texto criticam ainda a União Europeia (UE) por permitirem que os veículos elétricos sejam incluídos para efeitos de cálculos de emissões de gama com um valor de ‘zero emissões de CO2’. A “realidade”, garantem os autores, “é de que, além das emissões de CO2 geradas na produção dos veículos elétricos, quase todos os países da UE geram emissões significativas de CO2 do carregamento das baterias a partir da utilização da rede nacional elétrica com mix de produção”.

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