No mesmo dia em que os dados de vendas do mercado nacional recolocam a Fiat no pódio (terceiro lugar), a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) assume vincadamente que os preços dos seus novos automóveis poderão sofrer um aumento de preço a partir do próximo dia 1 de setembro, data que marca a entrada em vigor do novo ciclo WLTP (Worldwide Harmonized Light Vehicles Test Procedure)

O novo procedimento de medição de consumos de combustível e emissões de CO2 tem o objectivo de prestar uma informação mais realista aos clientes, com dados mais próximos da condução em condições reais, com a FCA a congratular-se pela medida que visa impor uma maior transparência.

Contudo, numa nota enviada à comunicação social, a FCA alerta que estes “novos ensaios podem também significar uma maior carga fiscal para os novos veículos”, com a companhia italiana a indicar que, “apesar do desempenho dos veículos não sofrer alterações, as emissões de CO2, podem registar aumentos de 20% a 30%, à luz do novo procedimento – dada a maior fiabilidade dos novos testes e maior aproximação à utilização real dos veículos no dia-a-dia”.

A FCA aponta que, “por não ter havido nenhuma tomada de posição oficial pelos legisladores portugueses no sentido da alteração das tabelas do Imposto Sobre Veículos (I.S.V.), que tem por base as emissões de CO2, a FCA Portugal admite a possibilidade de um aumento do valor do PVP, consequência do agravamento do I.S.V. nas viaturas por si comercializadas”.

Numa jogada comercial de antecipação, procurando contornar essa potencial subida dos preços dos veículos novos, a companhia lançou uma campanha denominada, apropriadamente, ‘Countdown Imposto’, ao abrigo da qual os seus clientes que adquiram carros a seguir ao dia 1 de setembro poderão fazê-lo sob o atual contexto fiscal.

Marcas do Grupo FCA podem não ser únicas

As marcas do Grupo FCA podem não ser as únicas a sofrer aumentos de preço que podem chegar aos milhares de euros na pior das hipóteses. Diversas marcas estão preocupadas com os potenciais efeitos negativos da entrada em cena do novo ciclo de medições de emissões WLTP.

Em declarações prestadas anteriormente ao Motor24, António Pereira Joaquim, diretor de comunicação da Nissan Portugal, já havia deixado no ar a possibilidade de os preços dos veículos novos subirem em setembro, à falta de uma tomada de posição por parte do Governo.

Idêntica posição haviam revelado os responsáveis de marcas como a Renault, líder de mercado em Portugal há duas décadas, e da Volkswagen.

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