Fiat Panda Elettra, o pequeno eléctrico da Fiat em 1990

22/04/2023

O Fiat Panda era um modelo de sucesso nos anos 80 e continuaria a ser nas décadas seguintes. Em 1990, e de forma a diversificar a gama, a Fiat lançou o Panda Elettra, um automóvel totalmente eléctrico e com produção em série, o que na época era pouco comum. A ideia partiu de Paolo Scolari, da área de desenvolvimento da Fiat, tendo a ajuda da Steyr-Puch na produção, que tinha como base o Panda 750 CL.

 

Um dos problemas de aplicar a motorização eléctrica no Panda, foi a falta de espaço, visto este nunca ter sido pensado para tal. Dessa forma, foi necessário retirar os bancos traseiros para a montagem das doze baterias de chumbo de seis volts, (ainda assim não couberam todas e algumas tiveram de ser montadas na frente) fazendo do Panda Elettra um automóvel de apenas dois lugares e com grelha divisória para a zona de carga, tornando-o num quase comercial. De resto, o interior ficava praticamente igual ao Panda CL, só com a adição de um computador de bordo, por baixo do painel de instrumentos, que indicava o estado da bateria.

Outra grande desvantagem do Panda Elettra foi o seu enorme aumento de peso em 450kg, fazendo o automóvel pesar no total 1150kg, o que para a pouca potência do motor fazia ser um automóvel lento. Devido ao enorme peso, a suspensão teve de ser mais dura e reforçada e a travagem teve de ser melhorada. A carga do Panda Elettra demorava oito horas numa tomada doméstica de 220V e 16A, com uma autonomia de 100 km a 50 km/h, com uma velocidade máxima de 70 km/h. Tinha ainda um sistema de carregamento das baterias em travagem e nas descidas. Ao final de 35.000 km a Fiat aconselhava a troca das baterias.

O motor eléctrico DC de 9,5kW foi montado no lugar da motorização comum, debitando apenas 19cv. Uma das particularidades do Panda Elettra era que o motor estava acoplado à caixa de quatro velocidades comum, tendo várias relações e uma embraiagem, ao contrário dos automóveis eléctricos tradicionais. No entanto, numa utilização em cidade, poderia ser mantida a terceira velocidade sempre. Em 1992, o Panda Elettra recebe um novo motor de 17,7kW/24cv e as baterias passaram a ser de níquel cádmio, reduzindo o peso e aumentando a autonomia e tempo de vida útil, sendo agora designado de Panda Elettra 2.

Um tanque de combustível foi montado no compartimento do motor, para queimar um pouco de gasolina para o sistema de aquecimento interior, ligando-o a um radiador. Como equipamento de série, o Panda Elettra estava equipado também com encostos de cabeça, espelho retrovisor do lado direito, odómetro, indicador do nível da bateria e um alerta sonoro quando o automóvel era desligado sem ser aplicado o travão de mão.

O seu preço altíssimo, custando o triplo de um Panda tradicional, mas com menos lugares e menor potência, o Panda Elettra não foi um sucesso e a sua produção terminou em 1998. Ainda houve uma ajuda da cidade de Turim para a aceitação dos Panda Elettra, onde estavam disponíveis 18 unidades para a pessoas circularem na cidade e estacionarem sem ter de pagar, tinham só de deixar o seu automóvel a combustão estacionado e pagar o aluguer da viatura, mas mesmo isso não ajudou.

Devido às poucas unidades produzidas, hoje em dia é muito difícil encontrar um exemplar do Panda Elettra, muito menos a circular. A Heritage HUB da FCA guarda um exemplar, num estado praticamente novo.