Ministro italiano diz que marcas como a Ferrari e a Lamborghini devem ser protegidas; volumes de produção muito baixos justificam regime de exceção.

A União Europeia deve banir os motores à combustão em 2035, mas Itália quer pôr um travão na ameaça às suas marcas de supercarros. Roberto Cingolani, ministro da transição ecológica, defende regime de exceção para Ferrari e Lamborghini.

Em entrevista à Bloomberg TV, o elemento do executivo italiano, antigo diretor da Ferrari, explicou que o volume de vendas daqueles fabricantes de luxo é baixo demasiado baixo e que os seus modelos são irrelevantes para a média europeia de emissões. A Ferrari vendeu cerca de 9.100 automóveis em 2020; a Lamborghini cerca de 7.400 unidades.

Oliver Zipse, presidente da Associação Europeia de Construtores Automóveis (ACEA), concorda com a tomada de posição dos italianos, considerando que existem “bons argumentos para considerar essa exceção”.

Aquele responsável lembra que o país é um dos que tem investindo fortemente na mudança do paradigma, nomeadamente com um programa ambicioso de construção de gigafábricas para a produção de baterias em larga escala e na criação de novas tecnologias de baterias de alto desempenho.

Alemanha e França também pedem marcha-atrás

Não é só em Itália que há resistência às novas metas de emissões que tornam impraticáveis os motores de combustão interna em 2035. França apoia a redução de 55% nas emissões de gases poluentes para 2030, mas pede regras diferentes para os PHEV.

E também a Alemanha deixa claro que aposta de futuro não pode estar numa só tecnologia, e exclusivamente nos elétricos.