Ford promete carregamentos tão rápidos como meter gasolina

12/11/2021

Marca da oval azul registou a patente de um cabo que pode permitir carregamentos elétricos tão rápidos como abastecer o depósito com combustível.

Os carregadores de alta velocidade permitem ao condutor de um automóvel elétrico percorrer centenas de quilómetros num dia sem gastar horas parado para recarregar as baterias. Mas o objetivo da indústria é igualar o tempo médio do abastecimento de um carro a gasolina ou a gasóleo.

A Ford e a Universidade Purdue (EUA) garantem que estão a caminho de o tornar possível. Juntas registaram a patente de um cabo de carregamento que utiliza o líquido como agente de arrefecimento ativo, e que pode ser combinado com a tecnologia de carregamento de veículos atualmente em desenvolvimento.

“Atualmente, os carregadores apresentam limitações na rapidez de carregamento da bateria de um VE, devido ao perigo de sobreaquecimento. Um carregamento mais rápido requer mais corrente a percorrer o respetivo cabo”, começa por explicar Michael Degner, Técnico Sénior da Ford Research & Advanced Engineering. “Quanto mais elevada for a corrente, maior é a quantidade de calor que tem de ser removida, de forma a manter o cabo operacional.”, acrescentou.

Este conceito alternativo consiste na criação de um novo cabo para as estações de carregamento que fornece uma corrente mais elevada e cujo arrefecimento ativo é feito por líquido, evitando o sobreaquecimento e ajudando a extrair mais calor do mesmo aquando da passagem de líquido para vapor, sendo essa a diferença principal face à tecnologia de arrefecimento atualmente disponível.

“O tempo de carregamento dos VE pode variar muito, desde 20 minutos numa estação de carregamento, até várias horas num posto de carregamento doméstico, o que pode representar um fator de ansiedade para os potenciais compradores de um veículo elétrico”, disse Issam Mudawar, da equipa de professores de Engenharia Mecânica da Universidade Purdue. “O meu laboratório encontrou uma solução para situações em que as quantidades de calor produzidas excedem as capacidades das tecnologias atuais”, garante.

Os testes com protótipos vão arrancar nos próximos dois anos.