M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Em vários países, as seguradoras tratam os seus clientes de forma diferente se forem homens ou mulheres, sendo que elas têm muitas vezes direito a despesas anuais com o seguro automóvel que é mais baixo que para eles. É o caso de um jovem condutor no Canadá, que ao ver a diferença que um cromossoma fazia no preço final, decidiu mudar de sexo oficialmente, há dois anos, para pagar menos no seguro. E até foi extremamente fácil.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

O jovem foi entrevistado pela televisão canadiana, onde foi identificado pelo nome fictício de “David”, a quem contou a sua história, de como lhe ofereceram uma apólice de seguro no valor de 4500 dólares canadianos (2900 euros) anuais. No Canadá, as seguradoras usam estatísticas para justificar este tratamento diferenciado coletivo, como condução agressiva ou maior probabilidade de acidente. No entanto, a pessoa que o atendeu reconheceu que estas estatísticas são enganosas e que, como os homens têm tendência para conduzir mais, a probabilidade de ter um acidente por quilómetro é menor, mas que não ia fazer nada acerca disso. Então, “David” perguntou quanto lhe custaria um seguro automóvel se fosse uma mulher. A resposta deixou-o estarrecido pela diferença numérica: 3400 dólares (2200 euros) por ano.

“David” resolveu então tirar proveito de uma falha na lei de mudança de sexo no Canadá. Alterações recentes ao código de civil significam que uma pessoa pode identificar-se com qualquer sexo, seja ele biológico ou não, sem passar por qualquer operação cirúrgica ou tratamento hormonal. Basta ter um documento passado por qualquer médico (que, de acordo com a lei, não pode recusar) para alterar os seus documentos oficiais, o que não lhe custou mais de 100 dólares (65 euros). Resultado, “David” voltou à seguradora com a sua carta de condução a dizer que é uma mulher, garantindo o desconto imediato de 1100 dólares que lhe foi prometido.