M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
A Peugeot era das marcas automóveis de maior sucesso no Irão, mas a marca francesa abandonou as suas operações neste país depois da sanções comerciais impostas nos Estados Unidos a qualquer empresa que lá mantivesse uma presença. No entanto, o governo iraniano, que controla as duas empresas automóveis locais, a Iran Khodro e a SAIPA, decidiu que o construtor francês quebrou o contrato e que vai continuar a produzir carros Peugeot localmente, com a tecnologia e o símbolo da marca.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A IKAP, joint-venture da Iran Khodro e da Peugeot, produzia localmente o 2008, o 508 e o 301, enquanto a casa iraniana já tinha os direitos de produção de gerações antigas do 206, 207 e 405, este último há duas décadas. O Irão era um dos principais mercados internacionais da Peugeot, vendendo quase 450 mil unidades em 2017, mais até que a China, e menos apenas que a França. Apesar disso, esta saída do mercado iraniano representa uma perda de apenas um por cento dos lucros da marca.

Seja como for, a Iran Khodro decidiu que vai continuar a produzir os carros da Peugeot, mesmo sem qualquer ligação à marca francesa, e que também vai usar o leão e o nome da Peugeot nos carros, mesmo sem autorização desta. O Peugeot 301, “gémeo” do Citroën C-Elysée, é uma adição recente ao plantel da Iran Khodro, e tem o potencial para substituir tanto o desatualizado 405 como o Tondar 90 (Dacia Logan) da rival SAIPA como “carro do povo” no Irão. Quase todas as peças do 301 são produzidas localmente, e a Iran Khodro apenas tem que importar 20 por cento das peças do motor.