O Calendário Pirelli 2025, intitulado “Refresh and Reveal” e criado por Ethan James Green, foi apresentado ontem, no Museu de História Natural de Londres. A 51ª edição do famoso almanaque adota uma abordagem sensual, recuperando as raízes históricas da obra, na busca pela beleza revelada através do corpo.
As imagens do Calendário Pirelli 2025 foram capturadas entre maio e junho do presente ano, nas históricas praias de Virginia Key Beach Park, em Miami, e num estúdio provisório próximo. O elenco de protagonistas inclui atores, artistas, cantores e modelos de diversas idades e nacionalidades, alguns dos quais colaboraram com Green ao longo da sua carreira.
As 24 imagens de “Refresh and Reveal” retratam 12 pessoas – cada uma delas protagonista de uma imagem a cores e outra a preto e branco –, incluindo a atriz, modelo e ativista norte-americana Hunter Schafer, a apresentadora de televisão e escritora indo-americana Padma Lakshmi, o ator francês Vincent Cassel, a cantora, atriz e modelo italiana Elodie, a atriz britânica Simone Ashley e a atriz sul-coreana Hoyeon, além da modelo norte-americana Jenny Shimizu (que já apareceu no Calendário de Avedon em 1997). Também marcam presença a atriz britânica Jodie Turner-Smith, a artista norte-americana Martine Gutierrez, a modelo e ilustradora de moda norte-americana Connie Fleming e o ator britânico John Boyega. Em “Refresh and Reveal” surge ainda o próprio Green, tornando-se no terceiro autor do The Cal a integrar o elenco da obra, após Prince Gyasi (2024) e Bryan Adams (2022).
Nascido em Michigan e residente em Nova Iorque, Ethan James Green é um nome de destaque no mundo da fotografia de moda e de retrato, sendo o último dos 43 grandes artistas (considerando que algumas edições foram assinadas por pares de fotógrafos) a realizar o Calendário Pirelli ao longo dos seus 61 anos de história, de 1964 a 2025. A equipa que apoiou Green na criação do Calendário Pirelli 2025 inclui estilistas e criativos, entre os quais Tonne Goodman, antiga Editora de Moda da Vogue, que desempenhou o papel de diretora de moda e consultora criativa do projeto.
Ethan James Green é conhecido pelos seus retratos íntimos da sua comunidade de Nova Iorque e pela sua fotografia de moda clássica. Green captura a beleza e o estilo essencial dos seus 4 protagonistas, frequentemente a preto e branco, conseguindo retratos de uma intimidade surpreendente. As suas composições naturalistas e o seu olhar distinto sobre a personalidade dos modelos permitem representações elegantes e sinceras.
Este fotógrafo de 34 anos é um dos mais requisitados da sua geração no mundo da fotografia de moda. Já trabalhou para publicações como Vogue, Harper’s Bazaar, i-D, The New Yorker e W Magazine, além de ter colaborado com marcas de renome como Louis Vuitton, Alexander McQueen e Dior. Entre os protagonistas das suas imagens encontram-se figuras como Rihanna, Linda Evangelista, Margot Robbie, Christy Turlington, Mariah Carey e Hunter Schafer.
O primeiro livro de Green, Young New York (2019, Aperture), é uma coleção de retratos de amigos e colaboradores captados nos parques do centro de Nova Iorque, documentando a diversidade da identidade queer da última década. A sua segunda obra, Bombshell (2024, Baron), subverte a ideia do estereótipo de “bombshell”, explorando e reinterpretando o conceito ao convidar as suas modelos a vestirem-se e a posarem de acordo com a sua própria perspetiva sobre feminilidade, glamour e atração sexual.
Green já realizou exposições em nome próprio na Kapp Kapp, em Nova Iorque (2024), e na Fotografiska, também em Nova Iorque (2022). Além disso, participou em exposições coletivas na OCD Chinatown, Nova Iorque (2023); no Brooklyn Museum, Nova Iorque (2021); na National Portrait Gallery, Londres, Reino Unido (2019); e no Dallas Contemporary, em Dallas, Texas (2019).
Para desenvolver a sua visão profundamente pessoal sobre a comunidade artística de Nova Iorque, Green fundou a New York Life Gallery no outono de 2022. A galeria, localizada em Chinatown, convida os visitantes a descobrir exposições e programas que se centram no trabalho de artistas emergentes e outros já mais consolidados, exibindo também arquivos desconhecidos e obras de arte do século XX.