Continua a ser fácil perceber a razão pela qual a Kia não para de crescer na Europa. A cada lançamento a marca prova que mais e melhor é possível e sublinha a sua afirmação com essa confiança acrescida e inédita dos sete anos de garantia.
A quarta geração do Rio é o mais recente produto. Chega em março a Portugal, onde ainda não é, como acontece na Europa, o segundo mais importante modelo do construtor coreano, a seguir ao Sportage. Mas depois de o experimentar sobram poucas dúvidas de que vai crescer em importância e pode representar mais de 30 por cento das vendas.
O estilo continua na senda das formas que fazem da Kia a mais europeia das coreanas. Pouco maior, um nadinha mais baixo, o cinco portas e dois volumes é um carro com boa presença, “pisa bem” e tem uma volumetria e proporções que lhe conferem a ideia de construção robusta.
A típica grelha “tiger nose” identifica-o com a marca, mas a nova solução, mais afilada, transmite-lhe modernidade a juntar ao aspeto desportivo acentuado pela grande entrada de ar frontal que lhe dá muita força. Traseira mais direita, pilar traseiro estreitado, sempre a cintura elevada e uma generosa superfície vidrada rematam a imagem de um automóvel com personalidade, daqueles que andam próximo dos consensos.
Outro ambienteNo interior, grandes alterações. No ambiente, antes de mais, pautado pela horizontalização do tablier, solução em voga e aqui bem conseguida, sobretudo se atendermos ao segmento de mercado do Rio. A ergonomia melhorou, há menos comandos, o ecrã de sete polegadas assume papel fundamental, a imagem é interessante e muito honesta do ponto de vista da qualidade percebida. E tudo ganha peso quando se sabe que a oferta de equipamento leva o Kia para patamares elevados que os preços praticados pela mais valorizam. Já lá iremos.
O aumento das dimensões, aparentemente insignificante (15 mm no comprimento e 10 mm na distância entre eixos) foi aproveitado para conceber um interior tão diferente que o espaço para as pernas é maior (1070 mm à frente; 850 mm atrás), a redução da altura não roubou espaço para a cabeça e com a mesma largura ganhou-se ainda ao nível dos ombros. Por isso, “respira-se” muito bem no habitáculo do Rio, ambiente agradável, bastante plástico é certo, mas um nível geral e materiais que não penalizam entre generalistas.
Em termos de espaço falta ainda dizer que há muito lugar para pequenos arrumos e a mala até cresceu (+37 litros) oferecendo 325 litros de capacidade, volume considerável a este nível da oferta.
Grande surpresa
Estas coisas de genica e desembaraço, conseguidas com prestações interessantes e um binário que facilita as coisas (172 Nm) têm custos no preço final e, daí, a versão a gasolina mais popular dever tornar-se o tradicional quatro cilindros 1.2 CVVT de 84 cv. A diferença é abissal na disponibilidade (122 Nm de binário máximo), nas recuperações menos brilhantes, um motor vulgar, enfim, e nem especialmente económico, mesmo que os consumos joguem a seu favor. Mas o preço é mais baixo e o diferencial importante a este nível.
O diesel 1.4, apresentado com dois níveis de potência – 77 e 90 cv e ambos com 240 Nm de binário máximo – apresenta-se como proposta razoável. Elástico quando baste na versão mais potente que experimentámos, é agradável de guiar, mesmo sendo as prestações medianas: cumpre sem deslumbrar. Pode gastar sete litros na autoestrada, numa viagem com cruise-control ligado àquelas velocidades que não causam problemas. Os consumos, a par com as emissões, são uma pecha, elemento penalizador da Kia e, de modo geral, do grupo Hyundai.
A receita do carro que aumentou em rigidez , é mais leve (-17 quilos), tem um depósito de gasolina aumentado (45 litros), inclui direção assistida elétrica e travões disco/tambor.
Quatro motores e quatro níveis
No que respeita a preços, o 1.2 CVVT a gasolina varia entre os 15 600 (LX) e os 17 850 euros (EX); o 1.0 T-GDI (só TX) compra-se com 19 300; os diesel de 77 cv custam 14 500 (LX) ou 19 750 euros (SX); as versões de 90 cv, respetivamente 21 980 (EX) e 22 830 euros (TX).
A Kia costuma jogar com convidativas ações de lançamento.
Fichas técnicas
1.2 CVVT
Motor: 1248 cc MPI
Potência: 84 cv/6000 rpm
Binário máximo: 122 Nm/4000 rpm
Transmissão: caixa manual de cinco velocidades
Aceleração 0-100: 12,9 s
Velocidade máxima: 170 km/h
Consumos: média – 4,8 l/100; estrada – 4,1; cidade – 6
Emissões CO2: 109 g/km
Preço: desde 15 600 euros
Motor: 998 cc, três cilindros, turbo, injeção direta
Potência: 100 cv/4500 rpm
Binário máximo: 172 Nm/1500-4000 rpm
Transmissão: caixa manual de cinco velocidades
Aceleração 0-100: 10,7 s
Velocidade máxima: 188 km/h
Consumos: média – 4,5 l/100; estrada – 4,2; cidade – 6
Emissões CO2: 109 g/km
Preço: 19 300 euros
1.4 CRDI 77 cv
Motor: 1396 cc, turbodiesel, injeção direta
Potência: 90 cv/4000 rpm
Binário máximo: 240 Nm/1500-2000 rpm
Transmissão: caixa manual de seis velocidades
Aceleração 0-100: 14 s
Velocidade máxima: 165 km/h
Consumos: média – 3,5 l/100; estrada – 3,1; cidade – 4,2
Emissões CO2: 92 g/km
Preço: desde 19 500 euros
1.4 CRDI 90 cv
Motor: 1396 cc, turbodiesel, injeção direta
Potência: 90 cv/4000 rpm
Binário máximo: 240 Nm/1500-2500 rpm
Transmissão: caixa manual de seis velocidades
Aceleração 0-100: 12 s
Velocidade máxima: 175 km/h
Consumos: média – 3,8 l/100; estrada – 3,4; cidade – 4,3
Emissões CO2: 98 g/km
Preço: desde 21 980 euros
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