Kia Rio: Afirmação continuada

07/02/2017

Simpático à vista, melhor e mais moderno por dentro, bem equipado, superior no espaço, construção convincente, o novo Kia Rio chega em Março. Propõe quatro motores, entre eles um muito interessante três cilindros 1.0 turbo de 100 cv. Os preços começam nos 15 600 euros.

Continua a ser fácil perceber a razão pela qual a Kia não para de crescer na Europa. A cada lançamento a marca prova que mais e melhor é possível e sublinha a sua afirmação com essa confiança acrescida e inédita dos sete anos de garantia.

A quarta geração do Rio é o mais recente produto. Chega em março a Portugal, onde ainda não é, como acontece na Europa, o segundo mais importante modelo do construtor coreano, a seguir ao Sportage. Mas depois de o experimentar sobram poucas dúvidas de que vai crescer em importância e pode representar mais de 30 por cento das vendas.

O estilo continua na senda das formas que fazem da Kia a mais europeia das coreanas. Pouco maior, um nadinha mais baixo, o cinco portas e dois volumes é um carro com boa presença, “pisa bem” e tem uma volumetria e proporções que lhe conferem a ideia de construção robusta.

A típica grelha “tiger nose” identifica-o com a marca, mas a nova solução, mais afilada, transmite-lhe modernidade a juntar ao aspeto desportivo acentuado pela grande entrada de ar frontal que lhe dá muita força. Traseira mais direita, pilar traseiro estreitado, sempre a cintura elevada e uma generosa superfície vidrada rematam a imagem de um automóvel com personalidade, daqueles que andam próximo dos consensos.

Outro ambiente

No interior, grandes alterações. No ambiente, antes de mais, pautado pela horizontalização do tablier, solução em voga e aqui bem conseguida, sobretudo se atendermos ao segmento de mercado do Rio. A ergonomia melhorou, há menos comandos, o ecrã de sete polegadas assume papel fundamental, a imagem é interessante e muito honesta do ponto de vista da qualidade percebida. E tudo ganha peso quando se sabe que a oferta de equipamento leva o Kia para patamares elevados que os preços praticados pela mais valorizam. Já lá iremos.

O aumento das dimensões, aparentemente insignificante (15 mm no comprimento e 10 mm na distância entre eixos) foi aproveitado para conceber um interior tão diferente que o espaço para as pernas é maior (1070 mm à frente; 850 mm atrás), a redução da altura não roubou espaço para a cabeça e com a mesma largura ganhou-se ainda ao nível dos ombros. Por isso, “respira-se” muito bem no habitáculo do Rio, ambiente agradável, bastante plástico é certo, mas um nível geral e materiais que não penalizam entre generalistas.

Em termos de espaço falta ainda dizer que há muito lugar para pequenos arrumos e a mala até cresceu (+37 litros) oferecendo 325 litros de capacidade, volume considerável a este nível da oferta.

Grande surpresa

Assente sobre uma plataforma que nem dispensa um fundo quase plano, importantes ajudas electrónicas, receita de suspensão (rodas independentes com eixo de torsão atrás) eficaz na resposta, bom comportamento em curva, nível de amortecimento que também assegura conforto, a quarta geração do Rio vai impressionar aqueles que conhecem bem a marca e mais ainda os outros. E a surpresa será mesmo muito grande se a experiência de condução for ao volante do novo três cilindros turbo, 1.0 T-GDI de 100 cv. Este é o compromisso que pode tornar o carro mais especial, porque ainda por cima a insonorização está acima da média e as vibrações são reduzidas. A falta de uma transmissão de seis velocidades será a crítica a registar.

Estas coisas de genica e desembaraço, conseguidas com prestações interessantes e um binário que facilita as coisas (172 Nm) têm custos no preço final e, daí, a versão a gasolina mais popular dever tornar-se o tradicional quatro cilindros 1.2 CVVT de 84 cv. A diferença é abissal na disponibilidade (122 Nm de binário máximo), nas recuperações menos brilhantes, um motor vulgar, enfim, e nem especialmente económico, mesmo que os consumos joguem a seu favor. Mas o preço é mais baixo e o diferencial importante a este nível.

O diesel 1.4, apresentado com dois níveis de potência – 77 e 90 cv e ambos com 240 Nm de binário máximo – apresenta-se como proposta razoável. Elástico quando baste na versão mais potente que experimentámos, é agradável de guiar, mesmo sendo as prestações medianas: cumpre sem deslumbrar. Pode gastar sete litros na autoestrada, numa viagem com cruise-control ligado àquelas velocidades que não causam problemas. Os consumos, a par com as emissões, são uma pecha, elemento penalizador da Kia e, de modo geral, do grupo Hyundai.

A receita do carro que aumentou em rigidez , é mais leve (-17 quilos), tem um depósito de gasolina aumentado (45 litros), inclui direção assistida elétrica e travões disco/tambor.

Quatro motores e quatro níveis

A gama nacional do Kia contempla as quatro motorizações citadas e igual número de níveis de equipamento: LX, SX, EX e TX. Logo na versão base, são de série o ar condicionado, bluetooth, cruise-control, sensor de luz e retrovisores elétricos; subindo um degrau, surgem aos faróis de nevoeiro, jantes de 15 “ em liga e LED diurnos. No coração da oferta, está o EX, com um pacote invejável: ao mais acresce ar condicionado automático, jantes de 16“ em liga, navegação (ecrã de 7”), sensores de chuva, câmara de marcha atrás e sensores de estacionamento. No topo de gama, o TX acrescenta as jantes de 17”, apoio de braço e luzes de LED traseiras. Na lista de extras surge o pacote segurança que inclui travagem autónoma de emergência, manutenção na faixa de rodagem e informação do limite de velocidade.

No que respeita a preços, o 1.2 CVVT a gasolina varia entre os 15 600 (LX) e os 17 850 euros (EX); o 1.0 T-GDI (só TX) compra-se com 19 300; os diesel de 77 cv custam 14 500 (LX) ou 19 750 euros (SX); as versões de 90 cv, respetivamente 21 980 (EX) e 22 830 euros (TX).

A Kia costuma jogar com convidativas ações de lançamento.

Fichas técnicas

1.2 CVVT
Motor: 1248 cc MPI
Potência: 84 cv/6000 rpm
Binário máximo: 122 Nm/4000 rpm
Transmissão: caixa manual de cinco velocidades
Aceleração 0-100: 12,9 s
Velocidade máxima: 170 km/h
Consumos: média – 4,8 l/100; estrada – 4,1; cidade – 6
Emissões CO2: 109 g/km
Preço: desde 15 600 euros

1.0 T-GDI
Motor: 998 cc, três cilindros, turbo, injeção direta
Potência: 100 cv/4500 rpm
Binário máximo: 172 Nm/1500-4000 rpm
Transmissão: caixa manual de cinco velocidades
Aceleração 0-100: 10,7 s
Velocidade máxima: 188 km/h
Consumos: média – 4,5 l/100; estrada – 4,2; cidade – 6
Emissões CO2: 109 g/km
Preço: 19 300 euros

1.4 CRDI 77 cv
Motor: 1396 cc, turbodiesel, injeção direta
Potência: 90 cv/4000 rpm
Binário máximo: 240 Nm/1500-2000 rpm
Transmissão: caixa manual de seis velocidades
Aceleração 0-100: 14 s
Velocidade máxima: 165 km/h
Consumos: média – 3,5 l/100; estrada – 3,1; cidade – 4,2
Emissões CO2: 92 g/km
Preço: desde 19 500 euros

1.4 CRDI 90 cv
Motor: 1396 cc, turbodiesel, injeção direta
Potência: 90 cv/4000 rpm
Binário máximo: 240 Nm/1500-2500 rpm
Transmissão: caixa manual de seis velocidades
Aceleração 0-100: 12 s
Velocidade máxima: 175 km/h
Consumos: média – 3,8 l/100; estrada – 3,4; cidade – 4,3
Emissões CO2: 98 g/km
Preço: desde 21 980 euros

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