Lisboa estabelece acordo com operadores de trotinetes. Estacionamento e velocidade serão controlados

12/01/2023

Locais de estacionamento obrigatório para trotinetes, imposição de um limite de velocidade e de um número máximo de trotinetes e bicicletas partilhadas por operador são medidas a implementar em Lisboa.

Num acordo de colaboração entre os cinco operadores de micromobilidade a atuarem na capital portuguesa e a Câmara Municipal de Lisboa foi definido um conjunto de regras para regularem a utilização de trotinetes e bicicletas partilhadas.

O acordo fixa o limite de velocidade em 20 km/h (5 km/h abaixo da homologação), proíbe o estacionamento em praças e largos, edifícios históricos, passeios e espaços pedonais, terminais rodoviários e ferroviários e acesso a estações do metro, entre outros, delimitando zonas de estacionamento obrigatório.

A Câmara de Lisboa vai informar as operadoras de quais os hotspots onde as trotinetes terão de ser estacionadas.

Do documento assinado pelas partes consta a proibição da circulação nos passeios e em sentido contrário ao trânsito.

Os cinco operadores que assinaram este acordo com a Câmara Municipal de Lisboa foram Bird, Lime, LINK, Whoosh e Bolt.

Esta informação, prevê o acordo, deve ser comunicada aos utilizadores, pelas operadoras, que deverão ainda aplicar “penalidades aos utilizadores pelo estacionamento ilegal”.

“Se a trotinete não for estacionada no local devido, o utilizador não consegue desligar o serviço”, explicou o presidente da Câmara, Carlos Moedas, o que significa que não será possível concluir a viagem e continuará a ser descontado o pagamento através da aplicação do operador, de cuja trotinetes se está a utilizar.

Carlos Moedas acrescentou: “Conseguimos limitar o número de trotinetes em circulação na cidade, de inverno serão 1500 por operador e durante o verão passam a ser 1750 por operador”.

Carlos Moedas pede ao Governo que a delegação de competências passe para a esfera das autarquias para que possam ser responsáveis pelo licenciamento de trotinetes, o que atualmente não acontece.

Explica a autarquia que os princípios e regras do acordo devem ser respeitadas pelas partes, até à entrada em vigor do Regulamento de Mobilidade Suave Partilhada, “cujo início do procedimento para elaboração foi aprovado por unanimidade pela Câmara Municipal de Lisboa, a 14 de setembro de 2022”.

Na prática, os operadores têm 60 dias para se adaptarem a estas novas regras.

Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, sublinha o facto deste acordo dar solução aos três principais problemas detetados no uso destes veículos – o estacionamento, o número excessivo de trotinetes em Lisboa e a velocidade excessiva -, isto enquanto se aguarda pela concretização de um regulamento municipal sobre trotinetes.

De acordo com Carlos Moedas, a Polícia Municipal vai continuar a fiscalizar o uso indevido destes veículos.

“Nós apreendemos trotinetes todos os dias, muitas centenas todos os dias, e depois os operadores têm de pagar multas quando as vão buscar à PM e, portanto, a fiscalização estará sempre aí” e vai ser reforçada, garantiu.