Texto: Filipe Gil
A tecnologia e estética dos topos de gama estão a chegar aos segmentos médios da marca germânica. Por norma é sempre assim. As grandes novidades tecnológicas, motorização e mesmo de design surgem nos modelos mais exclusivos para depois serem massificadas e partilhadas com outros. Foi o que aconteceu com os modelos compactos da Mercedes-Benz, os EQA e o EQB que agora com novo design da grelha frontal com painel preto e padrão aproximam-se visualmente dos modelos de topo elétricos marca (os EQS e EQE) .
Para este ensaio experimentamos o modelo EQA 250+, totalmente elétrico. E é por aí que se deve começar. Em quatro dias, com a normal rotina de casa/emprego e mais uns extras e uma viagem de fim de semana até Sesimbra (80 quilómetros ida e volta) o estado da bateria não foi uma preocupação. Há que escrever que existindo uma boa rede de carregamento – pública ou privada – , a normalidade dos “elétricos” é o novo normal. Este modelo tem autonomia anunciada pela marca entre 496-560 quilómetros, um número que já não assusta, a maioria dos condutores certamente que nos seus carros de combustão não andam com mais de 300 quilómetros de combustível até novos abastecimentos. Mas vamos por partes.
No interior também há novidades. Estes modelos renovados da Mercedes incluem três estilos de exibição (clássico, desportivo e discreto) no ecrã tátil, de 10,25 polegadas, e 10 ambientes com iluminação no habitáculo. Há ainda a possibilidade de ativar os serviços online na app “Mercedes Me”, o assistente de voz inteligente, agora com maior capacidade de diálogo e de aprendizagem. No que respeita ao som, há a opção de equipar os veículos com Dolby Atmos.
Mas nem só de estética vivem estes modelos da Mercedes, a autonomia do EQA aumentou até 560 quilómetros. Para o conseguirem, explica a marca, os engenheiros da marca alemã optimizaram a aerodinâmica e a adoção de pneus de muito baixa resistência ao rolamento. Há que sublinhar a nova função de maximização da autonomia: os vários equipamentos elétricos, como o ecrã ou o ar condicionado, podem ser desligados ou a sua funcionalidade limitada.
Com a função Plug & Charge do serviço Mercedes me Charge, os novos modelos EQA e EQB podem ser carregados nos postos de carregamento públicos onde a função Plug & Charge está disponível. O veículo e o posto de carregamento comunicam diretamente através do cabo de carregamento. Existe uma nova função denominada “monitorização da autonomia” que uma vez ativada permite que sejam apresentadas várias opções no ecrã central para poupar energia.
A posição dos bancos, como e normal num modelo SUV, é elevada e vertical. No caso do modelo testado isso casa com conforto, sobretudo pela visibilidade que proporciona par o exterior do veículo (que tem uma distância entre eixos de 2729 mm).
Apesar do conforto e do cariz “familiar” do modelo, em modo desportivo é possível conseguir alguma adrenalina com a boa resposta do motor (aceleração dos 0 aos 100km/h em 6 segundos).Este novo modelo vem ainda com uma melhoria nos sistemas de assistência à condução com tecnologia de sensores.
Os novos sensores incluem uma nova câmara multifunções e uma nova câmara de marcha-atrás. O pack de Assistência à Condução opcional inclui funções como o assistente ativo de Faixa de Rodagem funciona com intervenções na direção ao invés da atuação do ESP.
Numa luta cada vez mais intensa entre os modelos elétricos europeus e os de construtores asiáticos, que cada vez mais estão a chegar ao mercado, a estética é hoje um dos pontos onde nada pode ser descurado.
A experiência de condução e a autonomia do modelo são mais do que satisfatórias e ajudará à normalização dos elétricos neste segmento. Os preços do modelo testado começa nos 53.950 euros.