Mercedes-Benz EQA: SUV renovado com personalidade germânica vincada

27/12/2024

A Mercedes-Benz renovou estéticamente os EQA e EQB para estarem em consonância com os modelos elétricos de topo. Mais do que mera estética é a motorização elétrica a ser cada vez mais o novo normal.

 

Texto: Filipe Gil

A tecnologia e estética dos topos de gama estão a chegar aos segmentos médios da marca germânica. Por norma é sempre assim. As grandes novidades tecnológicas, motorização e mesmo de design surgem nos modelos mais exclusivos para depois serem massificadas e partilhadas com outros. Foi o que aconteceu com os modelos compactos da Mercedes-Benz, os EQA e o EQB que agora com novo design da grelha frontal com painel preto e padrão aproximam-se visualmente dos modelos de topo elétricos marca (os EQS e EQE) .

Para este ensaio experimentamos o modelo EQA 250+, totalmente elétrico. E é por aí que se deve começar. Em quatro dias, com a normal rotina de casa/emprego e mais uns extras e uma viagem de fim de semana até Sesimbra (80 quilómetros ida e volta) o estado da bateria não foi uma preocupação. Há que escrever que existindo uma boa rede de carregamento – pública ou privada – , a normalidade dos “elétricos” é o novo normal. Este modelo tem autonomia anunciada pela marca entre 496-560 quilómetros, um número que já não assusta, a maioria dos condutores certamente que nos seus carros de combustão não andam com mais de 300 quilómetros de combustível até novos abastecimentos. Mas vamos por partes.

Por dentro e por fora

Uma nova grelha frontal com painel preto e padrão da Mercedes, Essa é é a grande novidade do design exterior quer nos modelos EQA e EQB, a tal aproximação aos elétricos topos de gama da marca de Estugarda. Uma faixa de luz liga as luzes diurnas dos faróis enquanto o novo para-choques enfatiza o efeito da secção dianteira dos veículos. Os designers também atualizaram o interior dos farolins traseiros. As novidades “casam” com estes modelos, embora ligeiramente diferentes, fica-se com a sensação que sempre deviam ter tido estas linhas. Isto para dizer que estes detalhes estéticos vieram dar mais argumentos a estes compactos.

 

No interior também há novidades. Estes modelos renovados da Mercedes incluem três estilos de exibição (clássico, desportivo e discreto) no ecrã tátil, de 10,25 polegadas, e 10 ambientes com iluminação no habitáculo. Há ainda a possibilidade de ativar os serviços online na app “Mercedes Me”, o assistente de voz inteligente, agora com maior capacidade de diálogo e de aprendizagem. No que respeita ao som, há a opção de equipar os veículos com Dolby Atmos.

Autonomia

Mas nem só de estética vivem estes modelos da Mercedes, a autonomia do EQA aumentou até 560 quilómetros. Para o conseguirem, explica a marca, os engenheiros da marca alemã optimizaram a aerodinâmica e a adoção de pneus de muito baixa resistência ao rolamento. Há que sublinhar a nova função de maximização da autonomia: os vários equipamentos elétricos, como o ecrã ou o ar condicionado, podem ser desligados ou a sua funcionalidade limitada.

Com a função Plug & Charge do serviço Mercedes me Charge, os novos modelos EQA e EQB podem ser carregados nos postos de carregamento públicos onde a função Plug & Charge está disponível. O veículo e o posto de carregamento comunicam diretamente através do cabo de carregamento. Existe uma nova função denominada “monitorização da autonomia” que uma vez ativada permite que sejam apresentadas várias opções no ecrã central para poupar energia.

Dependendo da situação, é também sugerida uma velocidade máxima de condução que, se for cumprida, pode evitar uma paragem para carregamento adicional. Esta velocidade é apresentada como uma linha vermelha no velocímetro. A marca indica que o tempo de carregamento a 80% da capacidade máxima da bateria é de 35 minutos.
Condução

A posição dos bancos, como e normal num modelo SUV, é elevada e vertical. No caso do modelo testado isso casa com conforto, sobretudo pela visibilidade que proporciona par o exterior do veículo (que tem uma distância entre eixos de 2729 mm).

Apesar do conforto e do cariz “familiar” do modelo, em modo desportivo é possível conseguir alguma adrenalina com a boa resposta do motor (aceleração dos 0 aos 100km/h em 6 segundos).Este novo modelo vem ainda com uma melhoria nos sistemas de assistência à condução com tecnologia de sensores.

Os novos sensores incluem uma nova câmara multifunções e uma nova câmara de marcha-atrás. O pack de Assistência à Condução opcional inclui funções como o assistente ativo de Faixa de Rodagem funciona com intervenções na direção ao invés da atuação do ESP.

Conclusão

Numa luta cada vez mais intensa entre os modelos elétricos europeus e os de construtores asiáticos, que cada vez mais estão a chegar ao mercado, a estética é hoje um dos pontos onde nada pode ser descurado.

Assim, faz todo o sentido que a Mercedes aprimorize os seus compactos para responder às novas exigências dos condutores/consumidores. As mudanças melhoraram em muito a perceção de que se trata da nova geração de carros elétricos de uma marca germânica. E isso ainda conta muito para o condutor português.

A experiência de condução e a autonomia do modelo são mais do que satisfatórias e ajudará à normalização dos elétricos neste segmento. Os preços do modelo testado começa nos 53.950 euros.