A integração do clássico com o moderno continua no interior, com materiais de toque suave e uma evolução moderna e tecnológica do velocímetro redondo montado no centro, que também funciona como ecrã multimédia para o infoentretenimento.
A última geração da tecnologia de motores elétricos da Mini, em conjunto com as dimensões clássicas e compactas do modelo, asseguram que este novo Cooper totalmente elétrico continua a ser tão ágil de conduzir como anteriormente – quer seja nas ruas da cidade ou a enfrentar uma estrada sinuosa.
Enquanto o anterior Mini elétrico foi adaptado a partir da versão com motor de combustão interna, o Cooper E é completamente diferente. A sua plataforma foi desenvolvida como parte de uma joint-venture com o fabricante chinês Great Wall Automotive e, até 2026, será construído na China, antes de se juntar ao resto da gama Mini na fábrica de Cowley, em Oxford.
Com 181 cv, o Cooper E tem a mesma potência que o carro elétrico anterior, mas o tamanho da bateria aumentou de 28,9 kWh (utilizável) para 36,6 kWh. Isto traz um aumento na autonomia; enquanto o último carro conseguia percorrer 226 quilómetros (WLTP) com uma carga, o novo elétrico aumenta o valor para 300 km entre recargas.Outra novidade é que este grupo motopropulsor estava anteriormente reservado ao desportivo Cooper S, e passa agora a ser a opção de entrada de gama. Embora o tamanho modesto da bateria torne o carregamento rápido menos prioritário, não deixa de ser um pouco dececionante ver que o melhor que o Mini consegue é um carregamento até 70 kW em CC (corrente contínua).
A eletrificação não alterou o carácter fundamental do Mini, que continua a ser a dinâmica do seu chassis. Para um carro tão pequeno, o Mini parece incrivelmente robusto. Todos os comandos parecem sólidos sem serem excessivamente pesados, e é possível modular o tacto nos pedais com suavidade e simultaneamente tirar partido da direção precisa.
No entanto, apesar da elevada qualidade do amortecimento, dentro do Mini é possível sentir os pequenos ressaltos de forma mais acentuada que na maioria dos seus rivais.
Com o binário do motor elétrico, é possível brincar com a atitude do carro nas curvas utilizando um pouco de travão ou acelerador. Os níveis de aderência são bastante elevados, pelo que é difícil descobrir os limites sem ser em estradas sinuosas. O Mini demora 7,3 segundos dos 0 aos 100 Km/h, e é capaz de acompanhar o ritmo do trânsito em autoestrada, mas a condução a velocidades elevadas está limitada pela reduzida autonomia permitida pela pequena bateria.
O design retro sempre desempenhou um papel importante no design do habitáculo do Mini, o ecrã OLED único e circular é inspirado no grande velocímetro do Mini original concebido por Alec Issigonis, deixando os poucos controlos físicos existentes – incluindo o seletor de marcha, o travão de estacionamento e a tecla de atalho de assistência ao condutor – agrupados por baixo.
Em termos ergonómicos, não é perfeito – os comandos da climatização estão no ecrã e são bastante complicados – mas o design simples, a utilização de materiais com efeito de malha no painel de instrumentos (fabricados a partir de 90% de poliéster reciclado) e a utilização discreta de plásticos brilhantes proporcionam uma boa sensação de qualidade e solidez.
O consumo na ordem dos 13,8 kW/h aos 100 km, coloca o Mini Cooper E entre os automóveis elétricos mais eficientes em termos energéticos
O habitáculo é igualmente especial à noite, graças a uma iluminação ambiente bem estudada. Esta inclui um efeito axadrezado que é projetado no painel de instrumentos e que brinca com a superfície texturada no escuro.
Os compartimentos do habitáculo não são muito abundantes, mas existe um grande tabuleiro para smartphone. Os suportes para copos e a área de arrumação central são úteis para guardar uma variedade de pequenos objetos. O porta-luvas também é bastante espaçoso.
O Mini tem menos de quatro metros de comprimento, pelo que o espaço nunca foi um ponto forte, mas para os padrões de um automóvel citadino é perfeitamente satisfatório.
O compromisso mais evidente é o facto de o Mini ter apenas três portas. No entanto, quando se está lá dentro, o espaço para a cabeça, em particular, é bom e, ao aceitarmos que tem apenas lugar para dois na parte de trás, os bancos são razoavelmente espaçosos.
Previsivelmente, é o espaço para os joelhos que é escasso, especialmente se o condutor precisar de recuar o banco da frente até ao fim, que toca na base do banco de trás, tornando o lugar inútil.
O ecrã LED orgânico de 9,5 polegadas situa-se no centro do tabliê. O ecrã é nítido e os gráficos brilhantes e coloridos proporcionam uma experiência de utilização agradável no sistema nativo. Já com o Android Auto ou o Apple CarPlay, é inevitável a perda de bastante área útil porque são apresentados como um quadrado no centro do ecrã.
O Cooper E continua a ser um carro emocional. Oferece aos compradores uma opção elétrica compacta, desportiva e elegante em que o design da frente é mais consensual do que da traseira. Disponível a partir de 35.050 euros.