Miguel Stilwell d’Andrade, CEO da EDP, criticou, na sessão de abertura do Portugal Mobi Summit, as câmaras municipais por “não entenderem o negócio da mobilidade” e cobrarem à EDP taxas superiores às receitas. Até ao final do ano a elétrica vai chegar aos 3000 pontos de carregamento em Portugal e Espanha

As circunstâncias extraordinárias que a Europa está a viver, por causa da guerra da Ucrânia, que levou a um “aumento do preço do gás em dez vezes no último ano e meio”, foram invocadas pelo CEO da EDP Miguel Stilwell d’Andrade na sessão de abertura do Portugal Mobi Summit para sublinhar a importância da “independência energética e de custos” do continente. Nesse contexto, o responsável máximo da EDP criticou diretamente os autarcas no geral por “falta de entendimento do negócio da mobilidade”. “É necessário as câmaras municipais entenderem melhor o negócio porque por vezes pedem-nos taxas municipais que são superiores às receitas. Há muitas vezes a lógica de matar a galinha dos ovos de ouro à nascença”.

Apesar das críticas, a EDP mantém-se apostada em seguir o caminho da descarbonização, da transição energética e dos modos de mobilidade suave. “Temos 2400 pontos de carregamento contratados em Portugal e Espanha e ambicionamos chegar aos 3000 até final do ano”.

E o próprio Miguel Stilwell d’Andrade afirma-se como adepto dos novos modos de transporte urbano . “Sou condutor de um carro elétrico desde 2016 e posso garantir que é um meio sustentável, tem uma boa performance n. E não é só por ser verde, o que está previsto é que na Europa, até 2030, 30 a 50% dos carros venham a ser elétricos”.

O CEO da EDP insistiu que a hora para a transição é agora. “Estamos a viver momentos extraordinários no setor da energia, por causa da guerra na Ucrânia. A falta de gás e de energia era algo impensável de há uns anos para cá. Isto aponta para uma solução de descarbonização. Já não é só ser verde mas é uma questão de independência energética e de custos. A Europa tem essa obrigação e esse caminho faz-se muito à conta das renováveis e da eletrificação da economia”.

O custo das renováveis e da eletricidade “permite que o cliente doméstico em Portugal não tenha um aumento de preços, nada que se compare com o que se verifica noutros países europeus”.

O CEO da EDP lembra que a tecnologia “é razoavelmente embrionária, é necessário trabalhar em conjunto para resolver os problemas e fazer funcionar o modelo”.

A EDP diz-se no “bom caminho para liderar a transição energética e a mobilidade sustentável”, concluiu Miguel Stilwell d’Andrade.

Rute Coelho