O que acontece num acidente com uma trotinete a 25 km/h

19/02/2021

Um terço das pessoas envolvidas neste tipo de acidentes sofre traumatismos cranioencefálicos, que obrigam ao tratamento na Unidade e Cuidados Intensivos.

Só na primeira metade de 2019, antes da pandemia da Covid-19 que colocou o país em confinamentos e os veículos fora das estradas, a PSP registou 74 acidentes com trotinetes elétricas – 10 atropelamentos, 44 colisões e 20 despistes. Números preocupantes, que encontram confirmação noutros países da Europa onde estes veículos são mais populares. Na vizinha Espanha, no ano passado, registaram-se mais de 100 acidentes com vítimas, de que resultaram 109 feridos e seis mortos. Nas causas, as colisões em maioria (60%), seguindo-se os atropelamentos (20%) e as quedas (19%).

Em Portugal, a alteração ao Código da Estrada veio redefinir a categoria em que se inserem as trotinetes. De acordo com o novo documento, aqueles veículos urbanos deixam de se equiparar a velocípedes sempre que possam circular a velocidades superiores a 25 km/h e motor com potência com mais de 250 quilowatts, deixando assim de poder circular nas ciclovias e vias mistas para velocípedes e peões. Mas é o suficiente para afastar o perigo?

A Fundação MAPFRE, em colaboração com a CESVIMAP, estudou as consequências de uma colisão à velocidade máxima permitida de 25 km/h. As simulações realizadas por computador e com recurso a ‘dummies’ explicam que aqueles veículos representam perigo mais elevado para os peões, mas também para condutores, em caso de colisão com um automóvel na estrada, sendo a cabeça a zona mais exposta, bem como a zona cervical. Em caso de atropelamento de um menor, os que representam maior perigo, as consequências são quase sempre lesões graves nos joelhos, tórax e cabeça, onde se produz o primeiro impacto, de forma violenta contra a coluna de direção da trotinete, e depois contra o solo.

De acordo com a mesma fonte, um terço das pessoas envolvidas neste tipo de acidentes sofre traumatismos cranioencefálicos, que obrigam ao internamento na Unidade e Cuidados Intensivos.

A condução sem capacete explica 40% do total de vítimas, imprudências de outros veículos (20%) e a circulação por vias interurbanas (20%) são os outros fatores de risco elevado.