Opel Insignia GSI: Atingir os 100% de potencial com alguma teimosia à mistura

19/09/2017

Uma das estrelas da Opel em Frankfurt foi o Insignia GSI, modelo de aptidões desportivas que faz regressar uma sigla histórica à marca alemã. Concebido com um foco muito preciso na melhoria generalizada das prestações e do comportamento face ao modelo de base, o GSI assume-se como uma versão melhor do que o anterior OPC, cuja motorização recorria a um V6 turbo.

Contudo, fruto da evolução, este GSI acaba por ser mais veloz e dinâmico do que aquele modelo, embora não exista uma relação de sucessão entre eles. Ou seja, nesta questão de siglas, o GSI não é sucessor direto do OPC. A dúvida quanto à existência desta última persiste, conforme nos explicou o Diretor de Performance Cars e Motorsport da Opel, Volker Strycek, em declarações exclusivas ao Motor24, mas há uma garantia: “O OPC não está morto”.

“Temos uma nova situação neste momento, em que estamos debaixo do guarda-chuva doutro grupo [NDR: a PSA] e o primeiro passo é ver como será a nossa gama no futuro próximo mas, estou muito confiante. Temos muitas ideias, mas temos de ver como será a nova direção e ver o que podemos fazer”, indica-nos o responsável da companhia de Rüsselsheim, garantindo que “o OPC não está morto, a minha equipa está junta. Ainda temos muitas ideias e estamos tremendamente motivados”.

Apesar desta convicção, ainda não existem garantias quanto à eventual concretização deste projeto num modelo de produção em série, mas, independentemente disso, Strycek não esconde a sua satisfação com o novo GSI, um desportivo que assume um posicionamento muito interessante no segmento superior ao aliar as já elogiadas capacidades dinâmicas do Insignia de base com a desportividade de um modelo de altas prestações.

“O GSI é um modelo muito diferente do Insignia de base. O chassis é muito bom e quando isso acontece é muito complicado melhorá-lo. Mas mudámos a nossa estratégia e começámos do zero. Empenhámo-nos a fundo e melhorámos tudo, sobretudo no acerto do chassis, como o FlexRide, pelo que mudámos todas as partes hidráulicas, como as partes internas dos amortecedores que são totalmente diferentes. Temos ainda molas diferentes e menos 10 mm de altura ao solo”, explica-nos, detalhando que um dos grandes passos em frente foi dado com as alterações ao nível dos modos de condução.

“Em combinação com o sistema de amortecimento eletrónico, conseguimos adaptar cada modo de condução de forma muito vincada. Ou seja, o modo conforto é mesmo muito pensado para isso, que foi um ponto muito importante, mas também o foram o Sport e o modo Competition, para uma condução mais desportiva”.

“Com o sistema 4×4 e a vetorização de binário, o Insignia GSI resulta incrivelmente rápido no Nürburgring. Mas quisemos que o carro fosse possível de ser conduzido de forma divertida por todos. Tem de ser o condutor a controlar o carro e não o contrário. Queremos ter sempre o modo adequado para cada condutor. É por isso que estamos tão orgulhosos com este carro, é uma nova geração de carros desportivos e apresenta o nosso foco em sermos muito, muito melhores”, complementa.

Foi por isso que desenvolver o novo Insignia GSI foi uma tarefa árdua, de repetição até à exaustão, como explica, com algum sentido de humor o responsável da marca, que não se coibiu de puxar ao máximo o novo modelo no lendário circuito de Nürburgring Nordschleife, na Alemanha.

“Para nós, 99% não era suficiente. Nem 99,999%. Para mim, não era suficiente. Mas sim os 100%. Chegámos a fazer várias vezes os mesmos ensaios para otimizar um qualquer elemento. Tivemos de forçar muito para obter a máxima eficácia. Por vezes, era complicado porque a minha equipa estava satisfeita com o que tinha feito, mas isso era 99%. Mas havia mais um por cento para buscar e trabalhámos para o encontrar”, enaltece, visivelmente satisfeito com o resultado final.

Face a este ponto, Volker Strycek tece mesmo algumas comparações com o anterior OPC, lançado há cerca de sete anos, sendo que um dos capítulos em que mais se evoluiu foi no do peso, uma vez que o novo GSI é cerca de 160 kg mais leve do que o anterior OPC, que, frisa não é o seu antecessor, mas antes uma evolução de performance.

“Quisemos produzir o Insignia mais rápido de sempre: menos peso, mais tecnologia de última geração, como os modos de condução mais evoluídos e a vetorização de binário, mas também a direção e o acerto de chassis tem como resultado um carro mais evoluído. É um carro incrível”, assegura.

Por fim, num conselho para todos os que anseiam por fazer as suas voltas no mítico anel norte de Nürburgring, Strycek diz que o mais importante, mais até do que querer ser rápido sempre, é ter respeito por aquilo que o traçado representa. “O Nordschleife é o Nordschleife. Já fiz muitas corridas e muitas voltas ao circuito e digo a toda a gente: nunca subestimem esta pista, por mais experientes que sejam”. Dito por alguém com um passado extenso na competição automóvel e até vencedor das 24 Horas de Nürburgring em 2003, eis um conselho que deve ser levado muito a sério.

Quanto ao Insignia GSI, esta versão mais desportiva chega a Portugal no início do próximo ano, fazendo uso de um motor a gasolina 2.0 turbo de quatro cilindros com 260 CV de potência, ajudando certamente este modelo a ser mais rápido no ‘Inferno Verde’ do que o anterior Insignia OPC que recorria a motor V6 de 2.8 litros. A versão Sports Tourer também terá uma versão GSi, estreando um motor Diesel topo de gama 2.0 BiTurbo com 210 cv de potência e elevado binário de 480 Nm. Um dos próximos modelos a ganhar a sigla GSI deverá ser o Astra, modelo que já foi visto em ensaios no mesmo traçado em que o Insignia foi desenvolvido.

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