Contudo, fruto da evolução, este GSI acaba por ser mais veloz e dinâmico do que aquele modelo, embora não exista uma relação de sucessão entre eles. Ou seja, nesta questão de siglas, o GSI não é sucessor direto do OPC. A dúvida quanto à existência desta última persiste, conforme nos explicou o Diretor de Performance Cars e Motorsport da Opel, Volker Strycek, em declarações exclusivas ao Motor24, mas há uma garantia: “O OPC não está morto”.
“Temos uma nova situação neste momento, em que estamos debaixo do guarda-chuva doutro grupo [NDR: a PSA] e o primeiro passo é ver como será a nossa gama no futuro próximo mas, estou muito confiante. Temos muitas ideias, mas temos de ver como será a nova direção e ver o que podemos fazer”, indica-nos o responsável da companhia de Rüsselsheim, garantindo que “o OPC não está morto, a minha equipa está junta. Ainda temos muitas ideias e estamos tremendamente motivados”.
Apesar desta convicção, ainda não existem garantias quanto à eventual concretização deste projeto num modelo de produção em série, mas, independentemente disso, Strycek não esconde a sua satisfação com o novo GSI, um desportivo que assume um posicionamento muito interessante no segmento superior ao aliar as já elogiadas capacidades dinâmicas do Insignia de base com a desportividade de um modelo de altas prestações.
“O GSI é um modelo muito diferente do Insignia de base. O chassis é muito bom e quando isso acontece é muito complicado melhorá-lo. Mas mudámos a nossa estratégia e começámos do zero. Empenhámo-nos a fundo e melhorámos tudo, sobretudo no acerto do chassis, como o FlexRide, pelo que mudámos todas as partes hidráulicas, como as partes internas dos amortecedores que são totalmente diferentes. Temos ainda molas diferentes e menos 10 mm de altura ao solo”, explica-nos, detalhando que um dos grandes passos em frente foi dado com as alterações ao nível dos modos de condução.
“Em combinação com o sistema de amortecimento eletrónico, conseguimos adaptar cada modo de condução de forma muito vincada. Ou seja, o modo conforto é mesmo muito pensado para isso, que foi um ponto muito importante, mas também o foram o Sport e o modo Competition, para uma condução mais desportiva”.“Com o sistema 4×4 e a vetorização de binário, o Insignia GSI resulta incrivelmente rápido no Nürburgring. Mas quisemos que o carro fosse possível de ser conduzido de forma divertida por todos. Tem de ser o condutor a controlar o carro e não o contrário. Queremos ter sempre o modo adequado para cada condutor. É por isso que estamos tão orgulhosos com este carro, é uma nova geração de carros desportivos e apresenta o nosso foco em sermos muito, muito melhores”, complementa.
Foi por isso que desenvolver o novo Insignia GSI foi uma tarefa árdua, de repetição até à exaustão, como explica, com algum sentido de humor o responsável da marca, que não se coibiu de puxar ao máximo o novo modelo no lendário circuito de Nürburgring Nordschleife, na Alemanha.
“Para nós, 99% não era suficiente. Nem 99,999%. Para mim, não era suficiente. Mas sim os 100%. Chegámos a fazer várias vezes os mesmos ensaios para otimizar um qualquer elemento. Tivemos de forçar muito para obter a máxima eficácia. Por vezes, era complicado porque a minha equipa estava satisfeita com o que tinha feito, mas isso era 99%. Mas havia mais um por cento para buscar e trabalhámos para o encontrar”, enaltece, visivelmente satisfeito com o resultado final.
Face a este ponto, Volker Strycek tece mesmo algumas comparações com o anterior OPC, lançado há cerca de sete anos, sendo que um dos capítulos em que mais se evoluiu foi no do peso, uma vez que o novo GSI é cerca de 160 kg mais leve do que o anterior OPC, que, frisa não é o seu antecessor, mas antes uma evolução de performance.
Por fim, num conselho para todos os que anseiam por fazer as suas voltas no mítico anel norte de Nürburgring, Strycek diz que o mais importante, mais até do que querer ser rápido sempre, é ter respeito por aquilo que o traçado representa. “O Nordschleife é o Nordschleife. Já fiz muitas corridas e muitas voltas ao circuito e digo a toda a gente: nunca subestimem esta pista, por mais experientes que sejam”. Dito por alguém com um passado extenso na competição automóvel e até vencedor das 24 Horas de Nürburgring em 2003, eis um conselho que deve ser levado muito a sério.
Quanto ao Insignia GSI, esta versão mais desportiva chega a Portugal no início do próximo ano, fazendo uso de um motor a gasolina 2.0 turbo de quatro cilindros com 260 CV de potência, ajudando certamente este modelo a ser mais rápido no ‘Inferno Verde’ do que o anterior Insignia OPC que recorria a motor V6 de 2.8 litros. A versão Sports Tourer também terá uma versão GSi, estreando um motor Diesel topo de gama 2.0 BiTurbo com 210 cv de potência e elevado binário de 480 Nm. Um dos próximos modelos a ganhar a sigla GSI deverá ser o Astra, modelo que já foi visto em ensaios no mesmo traçado em que o Insignia foi desenvolvido.
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