Os 22 automóveis ideais para as idas à praia

11/07/2022

Os automóveis de lazer, mais concretamente os destinados à praia, estiveram bastante em voga durante as décadas de 60, 70 e início dos anos 80, muito por culpa dos buggys transformados a partir do Volkswagen Carocha. Inicialmente, eram apenas destinados aos mais ricos, para os utilizarem nas suas férias e eram transformados, principalmente, pelos carroçadores italianos com base nos pequenos veículos.

Posteriormente, tornaram-se mais banais por entre os jovens e, inclusivamente, houve marcas a produzir automóveis destinados às férias da praia, principalmente os construtores franceses, com base nos seus modelos baratos e de fácil manutenção. Por fim, este segmento desapareceu por completo. Seguem-se 22 exemplos de automóveis destinados a serem utilizados nas férias de verão.

Renault 4 Mireli (1981)

Vamos iniciar esta lista com um modelo idealizado em Portugal, o Renault 4 Mireli. Tal como no Citroën Méhari, o Renault 4 Mireli utiliza uma carroçaria de fibra de vidro, que era produzida pela Mireli, LDA, de Bemposta, Coimbra, que se dedicava ao fabrico de autocaravanas e pequenos barcos. As Renault 4 eram adquiridas novas, sendo extraída a carroçaria original e aplicada a carroçaria de fabrico Mireli. A carroçaria custava cerca de 2.300 euros no preço de hoje. A empresa oferecia no valor a legalização da transformação. A produção deverá ter durado de 1981 a 1993, não se sabendo quantos exemplares foram produzidos.

Citroën Méhari (1968)

O Méhari da Citroën foi dos poucos automóveis de praia que se vendeu em elevados números e teve a sua produção bastante longa. Lançado em 1968, a sua carroçaria em plástico era montada sob a plataforma e mecânica do Citroën 2CV. A sua produção terminou em 1987, após mais de 145 mil exemplares terem sido produzidos.

Citroën Méhari 4×4 (1979)

Para rivalizar com o Renault Rodeo de quatro rodas motrizes produzido pela Sinpar, a Citroën decide lançar um concorrente com base no Méhari. Ao contrário do 2CV Sahara que utiliza dois motores, o Méhari 4×4 tem apenas um, com uma caixa de transferências que envia a potência para as rodas traseiras. É um modelo bastante capaz para fora de estrada, o seu único problema, é mesmo a falta de potência. Apenas 1.213 unidades foram produzidas até 1983, devido em muito ao preço ser quase o dobro do Méhari convencional.

Citroën C3 Pluriel (2003)

Este é o automóvel mais recente desta lista, mas é aquele que mais se aproxima do conceito de automóvel de praia produzido por uma marca no século XXI. Esteve em produção de 2003 a 2010 e tinha uma estrutura bastante modular, podendo transformar o C3 em diferentes configurações, incluindo até uma pickup.

DAF Kini (1966)

Este automóvel é a grande excepção da lista, pois os automóveis de praia eram produzidos nos países mediterrânicos. A DAF é uma marca holandesa, que hoje é conhecida apenas pelos camiões, mas em tempos chegou a produzir automóveis ligeiros, até esta secção ser adquirida pela Volvo. Com base na mecânica do DAF 33, que incluiu o motor boxer e a caixa de variação continua, a DAF produziu um exemplar do DAF Alessio, com um design futurista idealizado por Giovanni Michelotti. Foi oferecido à família real holandesa, após o nascimento do Principe Willem Alexander e o seu nome foi alterado para DAF Kini.

Fiat 500 Jolly (1957)

A Ghia teve a difícil tarefa de transformar o automóvel mais barato de Itália num modelo utilizado pelos mais abastados nas suas férias de verão, principalmente porque poderia ser transportado nos iates. Basicamente, o 500 via o seu tejadilho e portas serem retirados, com a possibilidade de ser aplicado um tecto de lona e os bancos eram substituídos por uns produzidos no mesmo material dos cestos. Com a designação de 500 Jolly, ou 500 Spiaggina em Itália, este foi o automóvel que popularizou o segmento dos veículos de praia. A Ghia, posteriormente, iria aplicar a mesma receita no Fiat 600.

Fiat 850 Shellette (1968)

A Michelotti juntou o modelo 850 da Fiat aos automóveis de praia criados pela Ghia, com base no 500 e 600. Em conjunto com o construtor de iates Phillip Schell, criou um automóvel com um design mais contemporâneo e com a possibilidade de transportar confortavelmente quatro pessoas. Cerca de 80 Shellette terão sido produzidos nas instalações de Michelotti.

Mega Club (1990)

A empresa francesa Aixam-Mega chegou a produzir uma espécie da Citroën Méhari dos anos 90, dando o nome de Mega Club ou Mega Ranch, com base no modelo AX. Tal como o modelo original, a carroçaria era de plástico, podendo vir totalmente descapotável e sem portas. A tracção era frontal ou às quatro rodas e vinha com o motor de 1,1 litros de cilindrada e 75cv de potência. Cerca de mil exemplares foram produzidos até 1998.

Meyers Manx (1964)

O Meyers Manx foi o buggy de maior sucesso de sempre, principalmente no mercado norte americano. O projecto teve início quando Bruce Meyers construiu um automóvel de competição para as dunas, com peças da Volkswagen, incluindo a mecânica boxer de quatro cilindros e refrigeração a ar.

Mini Moke (1964)

Com base no popular Mini, Alec Issigonis desenhou um automóvel destinado ao exército britânico. No entanto, não foi capaz de passar nos testes, tudo porque a sua altura era extremamente baixa, então a ideia foi reciclada para um automóvel de lazer. A sua produção terminou apenas em 1993, em Portugal, onde era produzido em exclusivo desde 1981.

Moretti Fiat 127 Midimaxi (1971)

A Moretti era uma empresa especializada na produção de coupés e de automóveis de grandes performances, com base nos modelos da Fiat, por isso, só na década de 70 é que entrou na “corrida” pelos automóveis de praia. Com base no Fiat 127, a Moretti lançou o Midimaxi em 1971, utilizando o maior número de peças do modelo original possíveis. A sua produção só seria terminada em 1984.

Moretti Fiat 126 Minimaxi (1973)

Quando o Fiat 500 foi substituído pelo 126, a Moretti viu aqui a oportunidade de criar um automóvel de praia mais pequeno que o Midimaxi. Aqui, a carroçaria já sofreu bastante alterações, exceptuando a mecânica que se manteve o motor de dois cilindros intacto. Apenas 100 unidades terão sido produzidas até 1980.

Renault 4CV Jolly (1960)

A Ghia aplicou a mesma receita do Fiat 500 no Renault 4CV, no entanto, o sucesso ficou muito aquém daquele conseguido pelo automóvel italiano. O automóvel francês tinha a vantagem de ser mais espaçoso que o Fiat 600, mas a sua transformação veio um pouco tarde no ciclo de vida do modelo. Segundo consta, apenas 50 terão sido produzidos e hoje pensa-se que apenas 20 existam.

Renault 4 Plein Air (1968)

A Renault apresentou a 4 Plein Air exactamente um dia antes da Citroën apresentar o Méhari. O Renault 4 viu o seu tejadilho e portas serem retirados, aplicando um tecto de lona. Como a história acabou por provar, o modelo da Citroën teve muito mais sucesso, muito devido ao elevado custo do modelo da Renault. Aproximadamente 600 exemplares terão sido produzidos até 1970.

Renault Rodeo 4 (1970)

Inspirada pelo sucesso do Méhari, a Renault apressou-se a lançar um rival à altura. Desenhado pela Ateliers de Construction du Livradois (ACL), a Rodeo 4 seria lançada em 1970 com base na Renault F4, a versão carrinha do Renault 4, equipado com o motor de quatro cilindros e 845cc, extraído do Renault 6. Tal como o modelo da sua rival Citroën, o Rodeo 4 tinha também carroçaria construída em plástico.

Renault Rodeo 6 (1972)

O Renault Rodeo 6 foi desenhado também pela ACL, primariamente para o exército francês, agora já com a base do Renault 6 e uma mecânica superior de 1,1 litros de cilindrada, ficando como uma alternativa superior ao Rodeo 4. Em 1979, recebe os faróis retangulares do Renault 14 e o motor de 1,3 litros de cilindrada do Renault 5 GTL.

Renault Rodeo 5 (1981)

O Rodeo 5 foi a evolução final dos automóveis de praia da Renault, lançado em 1981, com um design completamente novo e uma estrutura tubular. Continuava a ter a base do Renault 4 e foi desenvolvido pela Teilhol, antiga ACL. A mecânica utilizada era o motor de quatro cilindros de 1,1 litros de cilindrada. A produção terminaria em 1986.

Renault JP4 (1981)

Em 1981, a empresa Car Système decidiu criar uma versão de praia do Renault 4, mas diferente de tudo aquilo que a Renault tinha feito até então e seguindo um caminho mais virado para os buggys, lançando o Renault JP4. O chassis foi encurtado, o tejadilho removido, assim como as portas, dando um ar de Jeep ao Renault 4. A empresa teve um acordo com a Renault e vendeu exemplares através da rede de concecionários da marca em alguns países europeus, como na Itália, onde era conhecido por Renault 4 Frog. Aproximadamente 2500 unidades foram produzidas até 1990.

Renault Super 5 Belle Ile (1989)

A Car Système lançou em 1989 o sucessor do JP4, agora com base no Renault Super 5, denominado Belle Ile. A zona traseira do habitáculo foi removida, sendo adicionado um tecto de lona e um tecto de abrir na zona frontal. Infelizmente, e apesar do aval da Renault para avançar com a produção, a empresa acabaria por falir. O projecto foi adquirido pela empresa Gruau que produziu cerca de 700 exemplares até 1991.

Renault Twingo De Plage (1992)

Durante os anos 90, a empresa Vernagallo Style decidiu aplicar o conceito de automóvel de praia dos anos 60 e 70 no pequeno Renault Twingo. A carroçaria é praticamente toda alterada, seguindo o conceito dos buggys, sem tejadilho ou portas, apenas com um tecto de lona. O interior é todo estufado de novo, para dar um toque único ao modelo. Não se sabe ao certo quantos exemplares foram produzidos, mas não terão sido muitos, cerca de 5 ou 10.

Teilhol Tangara (1987)

Tanto a Renault, como a Citroën, acabaram a produção dos seus automóveis de praia a meio dos anos 80, mas a Teilhol, antiga ACL que tinha produzido os Renault Rodeo, decidiu continuar o caminho sozinha, produzindo um modelo próprio, o Tangara. Lançado em 1987, este tem a base do Citroën 2CV e, inicialmente, estava equipado com o motor boxer de dois cilindros do mesmo modelo, passando para o motor de 1,1 litros de cilindrada do Citroën AX nos últimos exemplares. Cerca de 1.170 exemplares foram produzidos até 1990, com apenas 70 equipados com o motor do AX. Antes da empresa fechar as portas, ainda foram produzidos cerca de 100 exemplares do Theva, o sucessor do Tangara, com base no AX.

Volkswagen Type 181/Thing (1968)

Lançado no mesmo ano que o Méhari e o 4 Plein Air, o Volkswagen Type 181 não foi idealizado como um automóvel de praia, mas sim como um automóvel para o exército alemão, para substituir o DKW Munga. No entanto, foi logo lançado no mercado civil e teve bastante êxito nos EUA, onde era vendido como Volkswagen Thing.