Com a iniciativa “Ambition 2039”, o objetivo da Mercedes-Benz consiste em ter um portfolio de novos veículos ligeiros de passageiros e comerciais ligeiros neutros em CO2 em toda a cadeia de valor e em todo o ciclo de vida até 2039, sendo dada especial atenção à utilização dos recursos.
O OBJETIVO PASSA POR AUMENTAR SIGNIFICATIVAMENTE A PROPORÇÃO DOS MATERIAIS RECICLADOS E DESCOBRIR NOVOS MATERIAIS QUE ESTEJAM EM HARMONIA COM A NATUREZA.
O material sustentável UBQ que a marca está a procurar usar é obtido a partir da conversão de resíduos domésticos mistos, que até agora têm sido difíceis de reciclar e que portanto são frequentemente processados termicamente ou acabam por ser depositados em aterros sanitários.
Este material é proveniente de resíduos alimentares, plásticos mistos, papelão e fraldas de bebé. Encontra-se atualmente em teste a sua aplicação nos painéis da secção inferior da carroçaria, nos revestimentos das cavas das rodas e nas coberturas de compartimento do motor.

Para um processo de curtição mais ecológico, “no futuro só poderão ser utilizados agentes de curtição vegetais ou alternativos sustentáveis completamente isentos de crómio – por exemplo, cascas secas de café em grão, castanhas ou extratos de outras matérias-primas renováveis”, adianta a marca.
“Adicionalmente, a pele dos produtos Mercedes-Benz só pode ser processada em curtumes certificados de acordo com o Padrão Ouro do ‘Grupo de Trabalho do Couro’. Isto inclui aspetos ambientais importantes como a redução do consumo de água, de energia e de produtos químicos no processo de curtição”.
Ao mesmo tempo, a Mercedes-Benz está a realizar uma investigação em alternativas à pele genuína. “Não só devem preservar os recursos naturais, como também oferecer a máxima qualidade em todos os parâmetros”, enquadra.
Já foram apresentadas no concept Mercedes-Benz Vision EQXX “alternativas promissoras” à pele genuína, por exemplo, fabricada em matérias-primas renováveis, tais como fibras de catos em pó.

Materiais reciclados
Atualmente, os materiais reciclados já são utilizados na produção em série em muitos automóveis. No interior, por exemplo, a Mercedes-Benz disponibiliza vários revestimentos em tecido de alta qualidade fabricados totalmente a partir de garrafas de plástico além de réplicas e microfibras de pele.

A alcatifa do piso no EQS é fabricada em fio de nylon que provém de tapetes reciclados e redes de pesca recicladas. Uma tonelada deste fio permite reduzir mais de 6.5 toneladas de CO2 que seriam produzidas no fabrico de um novo material. A Mercedes-Benz também recorre à utilização de fibras naturais para substituir os plásticos convencionais por matérias-primas renováveis.

No seu departamento de investigação, a empresa está a examinar o lançamento em série de materiais promissores que satisfazem os elevados padrões de sustentabilidade e qualidade. “Isto inclui um plástico de elevado desempenho com uma superfície pintada obtida através de reciclagem química inovadora. Na reciclagem química, os pneus usados e os resíduos plásticos particularmente difíceis de reciclar são decompostos nos seus componentes químicos, de tal forma que podem ser produzidos materiais absolutamente novos a partir destes. A combinação de matérias-primas provenientes da reciclagem química com o biometano de matérias-primas renováveis reduz a utilização de matérias-primas fósseis. O material pode em breve ser utilizado nos manípulos das portas”, declara a marca.
Outro material promissor que poderia ser utilizado nas almofadas dos bancos traseiros é uma espuma parcialmente à base de CO2. No poliol, que é o principal componente desta espuma de poliuretano para automóveis, o CO2 que de outra forma seria libertado para a atmosfera está ligado quimicamente. O dióxido de carbono pode representar até 20 por cento do peso do poliol.
