Os modelos que influenciaram o Lancia Design Day

11/11/2022

ovembro iniciou-se o primeiro de três ‘encontros’ em antecipação ao “Lancia Design Day”, evento a realizar no próximo dia 28 de Novembro, o primeiro do Renascimento da Lancia, para descrever o estilo de alguns dos seus ícones do passado, modelos que inspiraram o design dos seus três futuros modelos.

Nesta viagem do passado para o futuro, as estrelas são os modelos Lancia que fazem parte do imaginário colectivo: do Aurelia ao Flaminia, dos Fulvia ao Beta HPE, Gamma, Delta, Stratos e 037. São automóveis que variam bastante entre si, alguns graciosos e elegantes, outros brutais e eficientes, mas todos partilham um estilo capaz de se manterem intemporais. Foi isso que os manteve belos, contemporâneos e autênticas expressões do design italiano até aos dias de hoje.

“O design e a beleza destas ‘obras-primas em movimento’ inspiraram-nos na criação dos três modelos Lancia do futuro”, afirmou Luca Napolitano, CEO da Lancia. “O conjunto inclui o novo Ypsilon em 2024, o nosso novo porta-estandarte que nos permitirá entrar no segmento de maior expressão da Europa, e o novo ‘Delta’ esculpido e musculado, em 2028, com as suas linhas geométricas que vão espicaçar os entusiastas dos automóveis de toda a Europa. Gostamos de descrever a Lancia como uma marca ‘Progressive Classic’ (Clássica Progressiva), onde ‘Classic’ significa o aproveitamento e respeito para com o valor da nossa herança, e ‘Progressive’ que marca a nossa habilidade em olhar para o futuro, com ambição. A inovação e o design intemporal sempre foram os nossos valores, sendo que queremos agora acrescentar sustentabilidade e responsabilidade, colocando o cliente sempre no centro das nossas propostas. São estes os princípios de orientação do plano a dez anos do nosso renascimento: através deles, pretendemos tornar-nos numa marca credível e respeitada no mercado europeu ‘premium’. Os protagonistas deste roteiro serão os três novos modelos Lancia do futuro que concebemos para os tornar reconhecíveis e consistentes entre si. Os três modelos irão contar com três elementos de design distintamente Lancia: o cálice, as linhas sinuosas e as formas geométricas-primitivas. Inspirado na secção frontal dos icónicos Lancia Aurelia e Delta, o novo cálice será reinterpretado num conceito moderno, mas preservando a sua característica distintiva que reúne uma linha vertical e horizontal, de modo a incluir o logótipo da Marca.

Em complemento, os três novos modelos irão apresentar linhas sinuosas nas suas laterais, um elemento típico de alguns dos modelos históricos da Lancia, como o Aurelia B20.

Por fim, há um terceiro elemento de design Lancia: as formas geométricas-primitivas tanto na frente como na traseira, entre as quais se destacam os faróis traseiros redondos, fazendo a ponte com o espírito mais brutal e técnico da Marca, expresso nos lendários 037, Stratos e Delta, as ‘bestas’ das corridas que dominaram o mundo dos ralis durante mais de 20 anos”.

Além da elegância e da ousadia há um terceiro elemento no design Lancia, que é o ecletismo, ou seja, a tendência para ser-se inspirado por várias fontes, até mesmo algumas contrastantes, de forma a criar algo simultaneamente harmonioso e consistente. É o que acontece, por exemplo, nas salas de estar das casas italianas que inspiraram a Lancia a criar os originais e acolhedores interiores dos modelos Gama e Beta. O mesmo requinte dos interiores pode ser encontrado no Fulvia Coupé de 1965, simultaneamente elegante, agressivo e de alto desempenho. Este é outro exemplo do ecleticismo da Lancia.

Lancia Beta HPE, um ecleticismo não convencional que marcou uma era

O Lancia Beta HPE (High Performance Estate) é um automóvel familiar belo, desportivo e de alto desempenho, sendo também baixo, gracioso e dotado de uma espaçosa bagageira. Projetado pela Pininfarina e produzido em três séries é, definitivamente, a mais fascinante das propostas da gama Beta da Lancia.

Apresentado no Salão de Genebra de 1975, o Lancia Beta HPE destacou-se pelo seu ecleticismo espelhado como “elegância prática”. A secção traseira do habitáculo destacava-se pela sua secção angular, de onde se podia fazer surgir uma estrutura inovadora inspirada nas persianas venezianas, atrás do vidro, para limitar os efeitos do brilho solar e proteger a visibilidade traseira. Esta solução inovadora via-se terminada por duas guarnições no pilar traseiro que se misturavam visualmente com o acabamento original do vidro traseiro. Além disso, os encostos envolventes dos bancos traseiros estendiam-se até às secções laterais estofadas, sob os vidros traseiros, permitindo que os seus ocupantes os reclinassem sem limitações. Além disso, os apoios de cabeça traseiros podiam ser escondidos no interior dos encostos sempre que não eram necessários.

O espaçoso e inovador habitáculo do Beta HPE recorda aquela atmosfera quente e acolhedora das casas italianas. Finalmente, uma curiosidade: quando se reclinava totalmente os bancos traseiros era até possível colocar um colchão, criando uma espécie de “cama de viagem”.

Lancia Gamma Coupé: a “sala de estar itinerante” que quebra as regras
Foi no Salão de Genebra de 1976 que a Lancia apresentou o design futurista do Lancia Gamma Coupé. Com um exterior clássico e interiores ecléticos, este modelo é lembrado como uma “sala de estar itinerante”. Foi-lhe dada esta alcunha dado que o seu habitáculo recriava uma atmosfera de boas vindas, confortável e inovadora, como demonstra a combinação original de cores e o painel central inspirado no design de produto dos anos ‘70.

O requinte e a qualidade de topo dos materiais empregues são o resultado de colaborações com casas de moda famosas, incluindo a “maison” de Ermenegildo Zegna. Evolução final dos grandes coupés GT da Lancia, uma gama nobre que inclui os modelos Aurelia e Flaminia, o Gamma Coupé foi inspirado no Flaminia Coupé. Talvez por isso pareça mais gracioso e elegante à primeira vista do que a berlina de cinco portas, fruto, também, do seu tejadilho inclinado.