Patas no lugar das rodas. Hyundai vai avançar com o ‘carro-aranha’

11/05/2022

Hyundai ao estilo Guerra das Estrelas. Coreanos vão construir um novo complexo dedicado ao desenvolvimento e teste dos seus carros andantes equipados com patas robóticas.

Hyundai anunciou que investirá 20 milhões de euros na construção de um complexo que albergará o centro de investigação e desenvolvimento do New Horizons Studio, departamento especial para a criação de veículos de todo-o-terreno pensados para chegar onde nenhum carro convencional consegue ir.

O novo complexo com mais de 1400 metros quadrados vai nascer na cidade de Bozeman, no estado norte-americano de Montana, num terreno propício para conceber este tipo de veículos, com trilhos e caminhos de montanha ideias para testar as capacidades dos denominados UMV (Ultimate Mobility Vehicles), carros que não dependem apenas das rodas, dispondo de pernas robóticas para ultrapassar as situações de condução mais desafiadoras.

As novas instalações estarão prontas em meados do próximo ano, altura em que os 50 engenheiros da marca começarão a trabalhar nas versões de produção dos dois protótipos TIGER e Elevate.

Carros que andam e sobem escadas

O Elevate, protótipo estreado na edição de 2019 do CES, em Las Vegas, combina as virtudes da robótica com a tecnologia da mobilidade elétrica para abrir portas à criação de uma nova categoria de automóveis capazes de andar, escalar, subir escadas e ultrapassar obstáculos.

A marca explica que os recursos técnicos aplicados permitem replicar a forma como se movem os répteis e os mamíferos, para utilizar em locais onde ocorram acidentes naturais ou tragédias de outro tipo em que haja a necessidade de socorrer as populações em necessidade. Mas também versátil o suficiente para assumir uma configuração dedicada a cumprir as tarefas de todos os dias na urbe, para apoiar pessoas com mobilidade reduzida, por exemplo.

Já o TIGER (acrónimo de Transforming Intelligent Ground Excursion Robot), o segundo UMV mostrado pela Hyundai e o primeiro desenhado para ser autónomo, foi projectado para transportar vários tipos de carga em terrenos de difícil acesso.

Assente numa arquitetura de plataforma modular, os recursos deste robô incluem um sofisticado sistema de movimento de pernas e rodas, controlo direcional de 360 graus e uma vasta gama de sensores para observação remota. A articulação das pernas permite ao TIGER enfrentar uma diversidade de situações extremas, enquanto mantém a carga mais nivelada quando comparado com um veículo comum. Com as pernas retraídas, o TIGER desloca-se como um veículo com tração integral estando no seu modo mais eficiente, porque move-se com uma tração contínua.