Patrão da Ferrari elogia Tesla: “Abanou a indústria”

19/02/2023

Benedetto Vigna, CEO da Ferrari, atribui à Tesla o mérito de acelerar a eletrificação numa indústria impregnada de cilindros nos motores.

Benedetto Vigna, CEO da Ferrari, afirmou em entrevista à Bloomberg que a Tesla mexeu com a indústria.

Numa das poucas entrevistas que concedeu desde que se tornou CEO do fabricante italiano em 1 de setembro de 2021, Benedetto Vigna, 53 anos, elogiou a Tesla liderada por Elon Musk

Benedetto Vigna credita à Tesla a aceleração das mudanças rumo à eletrificação, isto numa indústria impregnada de cilindros de motor.

Questionado sobre o que aprendeu com a Tesla, o CEO da Ferrari refere que a “grande contribuição que a Tesla fez para a indústria automóvel [foi constituir] um alerta. As coisas costumavam acontecer muito lentamente. A Tesla abalou a indústria e acelerou processos e decisões. Eles eram mais rápidos e mais ágeis”.

Apesar dos elogios, Benedetto Vigna rejeita comparações entre as duas marcas. “Para mim, a Tesla é um veículo funcional. É feito com o objetivo de ir de um ponto ao outro. A Ferrari faz automóveis emocionais, que dão uma experiência única de condução”, disse Vigna.

Para Vigna, a eletrificação é também o caminho para a Ferrari, sendo “uma nova forma de proporcionar aos nossos clientes uma experiência de condução única, e não tenho dúvidas de que as nossas motorizações elétricas darão aos clientes as mesmas emoções dos motores de combustão”.

O ponto nevrálgico para um fabricante de veículos superdesportivos como a Ferrari, acrescenta o patrão da marca do “cavallino”, “é como extrair a melhor emoção da utilização dessa tecnologia, dando algo único aos clientes. A emoção de conduzir é uma combinação de fatores: aceleração longitudinal, aceleração lateral, som, troca de velocidades e travagem. Isso não muda mesmo que a motorização seja elétrica”.

De acordo com Benedetto Vigna, a Ferrari está, no entanto, “no caminho certo” para revelar o seu primeiro modelo totalmente elétrico em 2025. “Isso significa que ele entrará no mercado no ano seguinte”, informa o CEO da marca.

Sobre o facto de a Ferrari estar mais lenta no que diz respeito à eletrificação, quando comparada com outras marcas concorrentes, o CEO do construtor de Maranello refuta essa visão: “Isso não é verdade. Penso apenas que uma empresa como a nossa não pode impor qualquer escolha aos clientes, e é por isso que continuamos a oferecer uma mistura de tecnologias enquanto isso for viável”.