Pico de emissões de CO2 do tráfego rodoviário atingido em 2025

06/02/2025

O pico das emissões de CO2 produzidas pelos transportes rodoviários é atingido em 2026. O Conselho Internacional para os Transportes Limpos (ICCT) afirma que a partir de 2026 começam a cair em todo o mundo.

 

Num estudo agora publicado, o ICCT afirma que o mundo vai atingir este ano o pico das emissões de CO2 produzidas pelo tráfego rodoviário.

A organização considera que, a partir do próximo ano, a redução das emissões os três maiores mercados automóveis – China, União Europeia e Estados Unidos – devem ultrapassar o crescimento de emissões noutras geográficas.

O ICCT afirma que “as estrelas destas tendências globais são três sectores de veículos: automóveis de passageiros, veículos de duas e três rodas e autocarros de trânsito”.

A “rápida aproximação do custo total de propriedade e da paridade do preço de compra entre os veículos elétricos a bateria e os veículos convencionais apoiam a aceitação contínua do mercado para além dos requisitos regulamentares, embora os regulamentos continuem a ser a alavanca política mais promissora para garantir uma trajetória de emissões alinhada com Paris”, sublinha o organismo.

Também na União Europeia (EU), os dados do ICCT sugerem que os regulamentos adotados pelo bloco “colocaram as emissões de CO2 dos transportes rodoviários numa trajetória que atingirá o seu máximo já em 2025”.

De acordo com o ICCT, só na UE, as emissões de CO2 resultantes do tráfego rodoviário chegaram aos 800 milhões de toneladas em 2025, diminuindo cerca de um quarto até 2035.

O Conselho Internacional para os Transportes Limpos deixa, contudo, um aviso
à Europa: “esta trajetória promissora depende da manutenção das normas de CO2 existentes e poderá vacilar se a regulamentação for enfraquecida”.

O Conselho Internacional para os Transportes Limpos lançou uma nova edição da sua série Vision 2050, que examina as políticas relativas aos veículos com emissões zero e a evolução do mercado a nível mundial.

O estudo analisa as vendas de veículos, a utilização de energia e as trajetórias de emissões até 2050, avaliando o alinhamento dos transportes com os objetivos do Acordo de Paris.

Este declínio acelerado marca uma mudança significativa em relação às projeções anteriores, refletindo o impacto da transição dos automóveis convencionais para os veículos com emissões zero.

“A nossa análise mostra que o sector dos transportes rodoviários na Europa se encontra num ponto de inflexão histórico “, afirma Felipe Rodríguez, Diretor Adjunto do ICCT Europa, para quem “uma década após o Acordo de Paris, a Europa está agora a virar a esquina e a fazer a transição para tecnologias, nomeadamente veículos elétricos, que garantirão uma maior eficiência energética e emissões muito mais baixas”.

“No entanto, as boas notícias de hoje trazem consigo um aviso crítico: o enfraquecimento dos atuais objetivos de emissões de CO2 para os fabricantes de automóveis e carrinhas poria em risco o declínio das emissões, aumentando o fosso para atingir os nossos objetivos climáticos a tempo e comprometendo o papel da Europa como um farol global para outras regiões”, sublinha.

O ICCT é uma organização de investigação independente, sem fins lucrativos, fundada para fornecer investigação e análises técnicas e científicas aos reguladores ambientais.

O ICCT tem por objetivo capacitar os decisores políticos em todo o mundo a melhorar o desempenho ambiental dos transportes rodoviários, marítimos e aéreos para beneficiar a saúde pública e mitigar as alterações climáticas.