O piloto da Porsche, Félix da Costa, participou na Feira da Mobilidade no Hub Criativo do Beato. No stand da EDP, o campeão mundial de 2020 entrou no simulador do circuito de Hong Kong e tentou bater o seu próprio recorde. Um jovem de 18 anos, que, tal como ele, começou nos karts, ficou atrás por dois décimos.

António Félix da Costa, 31 anos, campeão mundial de Fórmula E de 2020, atual piloto da Porsche, apareceu esta manhã de domingo no stand da EDP do Portugal Mobi Show, no Hub Criativo do Beato, pronto para aliciar pessoas do público a tentarem bater o seu recorde de tempo, 59 segundos e seis décimos. “Mostra o que vales e bate o meu tempo”, desafiava o slogan do cartaz gigante com a foto do piloto.
Autografou t-shirts para dar aos presentes mas o seu maior momento de estrela foi quando entrou no simulador para tentar ultrapassar o seu recorde num carro de corrida elétrico. O público tirava fotografias e fixava-se nos pés e nas mãos do piloto. Na assistência, um jovem não perdia pitada, fisgado no desafio.
Félix da Costa, piloto de gabarito mundial na modalidade de carros de corrida elétricos terminou a primeira corrida no circuito simulado de Hong Kong com o tempo de 1 minutos e dois décimos. O jovem que esperava na linha, também ele António, e, tal como o piloto, experimentado nos karts desde criança, entrou no simulador com confiança e mostrou logo a sua garra. Apesar de algumas curvas à tangente, António Tavares, de 18 anos, terminou a corrida com um tempo muito bom, 1 minuto e 4 décimos, apenas dois décimos atrás do campeão. Para além de levar uma camisola autografada por Félix da Costa, António ainda pôde tirar uma fotografia com o seu ídolo. “Foi o meu pai que me estimulou para isto. Vamos às corridas juntos e habituei-me a andar de kart muito cedo, já participo em campeonatos. Um dia gostava de ser piloto de corridas mas sei que é muito difícil”, contou o jovem.
Mobi Summit 2022
António Félix da Costa com o jovem António Tavares, 18 anos, que tentou bater o seu tempo. (Rita Chantre / Global Imagens)

Mas a paixão com que Félix da Costa explicou o que faz e mostrou porque gosta tanto de um desporto que contribui para a descarbonização convencerá certamente muitos outros jovens: “A entidade organizadora da Fórmula E é a mesma da Fórmula 1 e ambos têm campeonatos do mundo. A Fórmula 1 tem motores de combustão normal a gasolina e a Fórmula E são carros elétricos. Mas temos muitas outras coisas que suportam a mensagem de sustentabilidade que nos acompanha. Por exemplo, na Fórmula 1 usam 60 pneus em dois dias, nós usamos seis. Depois, nós corremos nas cidades. A Fórmula 1 corre em autódromos, Estoril, Silverstone, etc, enquanto nós corremos dentro das cidades, Seul, Hong Kong, Mónaco, Londres, portanto, nós levamos o show onde estão as pessoas. Conseguimos correr em Nova Iorque, por exemplo, e a Fórmula 1 nunca conseguiu porque nós não temos a poluição sonora”.

Na vida pessoal, António Félix da Costa conduziu sempre híbridos até ser piloto de uma marca de luxo. “Agora que entrei na Porsche eles deram-me um carro 100% elétrico, o que diz muito sobre o caminho que estamos a fazer, em que marcas destas já produzem 100% elétricos”. O Porsche que Félix da Costa conduz no seu quotidiano vai dos 0 aos 100 em 3,2 segundos.

Félix da Costa disputa o Mundial de Fórmula E desde o início, 2014. O campeonato da Fórmula E terminou em agosto, o piloto transferiu-se então para a Porsche e agora está em fase de pré-época, ainda vai ver o carro novo e dia 15 de janeiro terá a primeira corrida na cidade do México.

Um Volvo elétrico: dos 0 aos 100 em 3,8 segundos

Para além do simulador de Fórmula E, muitos outros atrativos esperavam os visitantes na Feira da Mobilidade do Hub Criativo do Beato, desde pedalar as bicicletas GIRA da EMEL, às trotinetas de várias marcas, as cargo bikes ou até fazer um sumo de fruta enquanto pedala numa bicicleta elétrica – estava disponível no stand da Global Media e experimentámos pela recompensa imediata (deliciosa).

Ou, para os que não dispensam o automóvel, conduzir um carro 100% elétrico topo de gama como o Volvo XC 40 Recharge, que vai dos 0 aos 100 em 3,8 segundos, o que provoca no estômago a sensação (agradável, para a repórter) de um avião a descolar. O condutor, representante da marca, Bruno Aragão, foi mostrar à nossa equipa o potencial de um carro daqueles, que não precisa de chave porque basta-lhe reconhecer a presença do condutor para arrancar. “Este Volvo, que custa 64.000 euros, é bom para consumos urbanos e para pessoas que saibam coordenar a viagem que vão fazer com o GPS a ajudar”, notou Bruno, enquanto conduzia sem se sentir a estrada e em silêncio total. “Ainda vai levar algum tempo até à adesão total aos carros elétricos por causa das infraestruturas. Por exemplo, o país só tem dois pontos de carregamento super rápido, em Leiria e em Almodovar,que são os que podem carregar uma bateria em 25 minutos”, explicou.

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Experiência de condução num Volvo 100% elétrico e que nem precisa de chave para arrancar. (Rita Chantre / Global Imagens)

Quando terminou o percurso, Bruno Aragão mostrou na prática como funciona o carregamento normal. Levou o Volvo a um posto EDP Charge. Era meio-dia. “Está a carregar a 48 quilómetros por hora, o que significa que só vai estar pronto às 13h39 como indicado ali no visor. Sendo que ainda tinha 91% de bateria disponível quando começou a carregar”.

No seu dia-a-dia Bruno conduz um plug-in da mesma marca e garante que é “o melhor dos dois mundos”. “Há mês e meio que ando a circular com um único carregamento, até agora”.

Um visitante da Mobi Show, António, dono de um Tesla elétrico, também estava na fila para um test drive. Admitiu que comprou o seu Tesla porque quis “contribuir para a transição energética” mas apesar dos incentivos à compra através do Fundo Ambiental do governo, deixa um conselho aos interessados. “Não recomendo a compra a quem não tenha garagem em casa. Ainda são muito caros, os postos de carregamento nem sempre funcionam, são lentos ou estão avariados”.

Para quem queira algo completamente diferente, que tal uma cargo bike? É uma bicicleta elétrica com um espaço de carga à frente que dá para transportar duas crianças, por exemplo, e ainda as compras do dia. “Eu tenho uma e levo os meus dois filhos à escola nela e ainda a cadela, as mochilas e umas compras”, contou Hugo Dias, gerente da Rise Bike Shop, uma das poucas lojas que as vendem. Cada modelo custa 5000 a 6000 euros. “Tenho casais clientes que venderam um dos carros da família para ficar com uma cargo bike para as tarefas do dia-a-dia”.

A mobilidade suave é um mundo. E no Portugal Mobi Show esse mundo esteve ao dispor do público, gratuitamente, por três dias. No espaço do Hub Criativo do Beato, até às 19h00 deste domingo, foi possível pedalar e até competir com um dos melhores pilotos de corrida do mundo. Nada mal…

Show Mobi – Portugal Mobi Summit 2022
Hugo Dias, gerente da Rise Bike Shop, mostra o potencial de uma cargo bike. (Mario Vasa / Global Imagens)
Rute Coelho